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    O dia do rompimento de Bolsonaro e Moro: o que aconteceu nas últimas horas

    Ex-juiz deixou o ministério da Justiça e Segurança Pública após o presidente trocar o comando da Polícia Federal

    da CNN , em São Paulo

    O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) perdeu nesta sexta-feira (24) um dos seus dois “superministros”. Sergio Moro pediu demissão do ministério da Justiça e Segurança Pública por não concordar com uma troca no comando da Polícia Federal (PF) – a saída de Maurício Valeixo, substituído por Alexandre Ramagem.

    O rompimento de Moro com Bolsonaro ganhou acusações dos dois lados. O ex-juiz afirmou que a troca no comando da PF aconteceu por interferência política. O presidente, por sua vez, alegou que Moro tinha como objetivo obter uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

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    Bolsonaro fez um discurso ao lado dos demais ministros, inclusive Paulo Guedes (Economia), considerado o outro “superministro” do governo. O presidente afirmou que nunca teve a intenção de obter informações da PF e que não precisava “de autorização para trocar ninguém.”

    Os acontecimentos

    Decisão – Na tarde de quinta-feira (23), o analista de política Caio Junqueira trouxe a informação na CNN de que Bolsonaro tinha decidido trocar o comando da PF. Moro não recebeu bem a notícia e passou a avaliar a possibilidade de deixar o governo.

    Condições – Ainda na quinta-feira, a âncora da CNN Daniela Lima revelou que Bolsonaro estava decidido a trocar o comando da PF e que Moro deveria aceitar as condições definidas por ele para continuar.

    Exoneração – Aliados de Bolsonaro tentaram encontrar uma solução para o conflito. No entanto, Bolsonaro continuou com sua posição e a exoneração de Maurício Valeixo apareceu no Diário Oficial na madrugada desta sexta-feira (24).

    Demissão – Moro não concordou com saída de Valeixo. Ele convocou uma coletiva às 11 horas da manhã desta sexta-feira para confirmar seu pedido de demissão. Além disso, acusou Bolsonaro de tentar obter informações da PF com a mudança e alegou que sequer tinha sido comunicado da exoneração do diretor no Diário Oficial. Veja a íntegra do pronunciamento de Moro.

    Reação – As falas de Moro agitaram membros do governo e o mercado financeiro. O dólar encerrou a sexta-feira com alta de 2,5%, cotado a R$ 5,668. Já o Ibovespa recuou 5,45%, a 75.330,61 pontos – a Bolsa chegou a cair 9,5% logo após a demissão de Moro.

    Defesa – Após as acusações de Moro, Bolsonaro convocou um pronunciamento para as 17 horas desta sexta-feira. Em sua declaração, o presidente afirmou que “não precisava pedir autorização para trocar ninguém” e que Moro teria condicionado a saída de Valeixo com uma indicação para o STF. Veja o pronunciamento.

    Nas Redes Sociais – Pouco após o pronunciamento de Bolsonaro, já na noite desta sexta-feira, Moro voltou a se pronunciar e disse que se o seu objetivo fosse o STF, teria aceitado trocar o comando da PF.

    Áudios – Ainda na noite desta sexta-feira, o âncora da CNN Daniel Adjuto revelou que Moro teria áudios e mensagens que ajudariam a sustentar suas acusações.

    Sem assinatura – O Palácio do Planalto republicou, em edição extra do Diário Oficial da União nesta sexta, a exoneração de Maurício Valeixo do cargo do diretor-geral da Polícia Federal. Na nova versão, não consta mais a assinatura de Moro. O ex-juiz disse que não havia assinado na primeira versão.

    O escolhido – O escolhido para a vaga de Maurício Valeixo foi Alexandre Ramagem. O nome do atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é avaliado positivamente pela ala militar do governo.

    Investigação

    No meio da troca de acusações, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao STF nesta sexta a abertura de um inquérito para apurar os fatos narrados por Moro.

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