Aliados de Salles e Ernesto veem fritura coordenada da ala militar contra eles
Militares estariam incomodados com críticas ao desmatamento na Amazônia e discurso "ideológico" do chanceler
Aliados dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, atribuem à ala militar a coordenação do processo de fritura ao qual foram submetidos nos últimos dias, com uma série de notícias de que o presidente Jair Bolsonaro poderá demitir ambos.
No caso de Salles, a avaliação dos aliados do ministro é que a ala militar estaria incomodada com as críticas internacionais ao desmatamento na Amazônia. A região sempre esteve sob forte influência das Forças Armadas e tem um conselho comandado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
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Já em relação ao chanceler, a análise de aliados é de que os militares estariam incomodados, por avaliarem que o discurso ideológico de Ernesto atrapalha o processo de distencionamento da relação do governo com outros poderes e a tentativa de Bolsonaro de emplacar um estilo moderado a sua gestão.
Para o lugar do chanceler, militares ouvidos pela CNN já citam até nomes de possíveis substitutos. Um deles é o da embaixadora Maria Nazareth Azevêdo, a Lelé, atual chefe da delegação brasileira na ONU. Ela é esposa do diplomata Roberto Azevêdo, que deixará o comando da Organização Mundial do Comércio (OMC) em setembro.
Pessoas próximas a Ernesto dizem considerar difícil Bolsonaro demitir o chanceler no curto prazo. Mas ponderam que, caso isso aconteça, o diplomata já recebeu alguns convites para assumir cargos de presidente ou secretário-geral em organizações ou instituição financeiras internacionais.