CPI cogita quebrar sigilos de Wajngarten e quer tratar de ‘gabinete do ódio’
Outro que será escutado na próxima semana é o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, que também é próximo dos filhos do presidente
A CPI da Pandemia ouve na próxima semana uma das testemunhas mais aguardadas pelos senadores, Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.
Segundo informações da âncora da CNN Daniela Lima, o plano dos integrantes da CPI é ir além do fato gerador da convocação de Wajngarten, a entrevista que ele deu à revista “Veja” culpando o general Eduardo Pazuello pelas dificuldades na contratação das vacinas da Pfizer para o Brasil.
Os senadores ouvidos pela CNN pretendem abordar, tanto com o ex-chefe da Secom quanto no depoimento do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, a atuação de grupos ligados ao governo nas redes sociais. A avaliação é a de que esses grupos têm peso na circulação de informações como a promoção da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19.
Para entender a relação de Wajngarten com esses grupos, cogita-se a quebra de sigilos do ex-secretário e a apreensão de telefones e computadores. Está nos planos a tentativa de entender a relação de Fábio Wajngarten com os filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Diante da expectativa para os depoimentos de Wajngarten e Araújo, o presidente Jair Bolsonaro falou sobre o dito “gabinete do ódio” em um discurso e defendeu a atuação de assessores.
A comissão mira no vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), que foi mencionado pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, como uma pessoa que participava de reuniões ministeriais. O inquérito busca saber a influência dele nas políticas do governo durante a pandemia.