Coreia do Norte diz à ONU ter direito a programa espião de satélite como Estado soberano
Segunda tentativa de Pyongyang de lançar um satélite espião em órbita ocorreu na quinta-feira (24) e falhou devido a um mau funcionamento no terceiro estágio do foguete
Num discurso desafiador ao Conselho de Segurança da ONU, a Coreia do Norte insistiu que os seus esforços para lançar um satélite espião no espaço são transparentes e estão dentro do “seu direito legítimo como Estado soberano”.
O embaixador de Pyongyang na ONU, Kim Song, defendeu seu país durante um raro discurso na última sexta-feira (25), negando que estivesse tentando adquirir tecnologia de mísseis balísticos intercontinentais por meio do lançamento de satélites.
Ainda segundo Kim, a Coreia do Norte “nunca reconheceu as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que infringem os direitos de um Estado soberano”.
A segunda tentativa de Pyongyang de lançar um satélite espião em órbita ocorreu na quinta-feira (24) e falhou devido a um mau funcionamento no terceiro estágio do foguete.
Sua primeira tentativa falhou em maio, quando o foguete satélite Chollima-1 caiu no mar logo após a decolagem.
O Chollima-1 se partiu em vários pedaços antes de cair no Mar Amarelo, no Mar da China Oriental e no Oceano Pacífico. A questão levou o Japão a emitir um pedido de evacuação de emergência para os residentes da região sul de Okinawa.
VÍDEO – Secret State: Por dentro da Coreia do Norte
O Conselho de Segurança Nacional dos EUA condenou o lançamento como uma “violação descarada” de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU, dizendo que “envolvia tecnologias diretamente relacionadas com o programa de mísseis balísticos intercontinentais da Coreia do Norte”.
Os militares da Coreia do Sul disseram que o design do satélite mais recente era demasiado rudimentar para funcionar adequadamente como um dispositivo de espionagem, mesmo que tenha sido lançado com sucesso.
Os norte-coreanos tentarão outro lançamento em outubro, informou a agência estatal do país.
Antes do discurso de Kim Song, a Embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, apelou aos membros para “regressarem a uma era em que usávamos a nossa voz coletiva para conter a proliferação nuclear”.
“Devemos denunciar inequivocamente o comportamento ilegal da Coreia do Norte e devemos apelar para eles implementarem plena e fielmente todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança”, citou Thomas-Greenfield.
“Devemos abordar as atividades globais de geração de receitas da Coreia do Norte, que financiam o seu programa de armas ilegais”, finalizou.