Tatá Werneck, Marcelo Tas, Ronaldinho: veja famosos envolvidos em CPIs
Na última quarta (23), a CPI das Criptomoedas aprovou a quebra de sigilo bancário de famosos em investigação sobre publicidades feitas para empresa acusada de golpe bilionário
Tatá Werneck, Marcelo Tas, Ronaldinho Gaúcho, Cauã Reymond. Os últimos dias ficaram marcados pela aparição de nomes famosos em notícias envolvendo os trabalhos de CPIs, as Comissões Parlamentares de Inquérito.
Na quarta-feira (23), a CPI das Criptomoedas, também chamada de CPI das Pirâmides Financeiras – uma das seis comissões em atividade no Congresso – aprovou a quebra de sigilo bancário de Tatá, Cauã e Tas.
Os dois primeiros chegaram a ser convocados para comparecer à comissão, mas conseguiram um habeas corpus do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, que permitiu que os dois não comparecessem.
Quem também foi convocado para depor à CPI foi Ronaldinho Gaúcho, mas ele faltou duas vezes ao depoimento. O presidente da comissão, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), determinou a condução coercitiva do ex-jogador. A CPI também pediu à Justiça Federal que ele seja impedido de sair do Brasil.
Vídeo — Ronaldinho Gaúcho não aparece para depor na CPI das Criptomoedas
A CPI das Pirâmides Financeiras visa “investigar indícios de operações fraudulentas sofisticadas na gestão de diversas empresas de serviços financeiros que prometem gerar patrimônio por meio de gestão de criptomoedas, com divulgação de informações falsas sobre projetos ou serviços e promessa de rentabilidade anormalmente alta ou garantida e inexistência de taxas, mas constituindo-se em sistema de remuneração alimentado pela entrada de novos participantes (o que tem trazido prejuízos vultosos aos investidores e a toda a sociedade, entre os anos de 2019 e 2022)”.
Tatá, Tas e Cauã são investigados por terem feito peças publicitárias para a empresa Atlas Quantum. A empresa é acusada de aplicar um golpe de R$ 7 bilhões em cerca de 200 mil investidores.
A defesa de Tatá explicou que a campanha foi feita há cinco anos, a atriz “jamais poderia prever que a empresa se envolveria em fraudes” e que o trabalho foi pontual. A defesa de Tas não comentou.
A CNN aguarda retorno da defesa de Cauã.
Já Ronaldinho foi convocado para prestar esclarecimentos sobre negócios com a empresa 18K, acusada de atuar como pirâmide financeira. A defesa diz que o ex-jogador não é sócio da empresa e que ele é vítima da companhia, que usou seu nome “sem autorização”.
Futebol no campo de CPIs
Outra CPI em andamento na Câmara é a das Apostas Esportivas, ou “da Manipulação no Futebol”, que é “destinada a investigar esquemas de manipulação de resultados em partidas de futebol profissional no Brasil”.
Na quarta-feira (23), a CPI aprovou um convite para ouvir o meiocampista Lucas Paquetá. O camisa 7 da Seleção Brasileira na última Copa está sendo investigado, na Inglaterra, por possível envolvimento em apostas esportivas.
Essa não é a primeira vez que personalidades famosas se veem envolvidas em comissões do Congresso Nacional.
Por exemplo, em outubro de 2000, foi instalada na Câmara a CPI da CBF/Nike, destinada a “apurar a regularidade do contrato celebrado entre a CBF e a Nike”. A comissão ouviu mais de 100 depoentes e estendeu os trabalhos até junho de 2001, mas acabou encerrando os trabalhos sem votar o relatório final.
Entre os depoentes estiveram desde jornalistas, como Juca Kfouri e José Trajano, a personalidades do futebol, como o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o ex-presidente da Fifa, João Havelange, o técnicos Zagallo e Vanderlei Luxemburgo, e os jogadores Roberto Carlos e Ronaldo.
O depoimento de Ronaldo foi um dos que tiveram maior repercussão. O então atacante da Inter de Milão depôs na mesma sessão em que foi ouvido o deputado (e membro da CPI) Eurico Miranda.
Na sessão, que durou mais de nove horas, ele respondeu questões que foram desde sua relação com a Nike até seu episódio de convulsão antes da final da Copa de 1998 e sobre quem deveria ter marcado Zidane, que fez dois gols na partida.
Outro caso midiático envolvendo CPIs aconteceu em 2012, com a “Furacão da CPI”, apelido dado à advogada Denise Rocha.
Na época, ela trabalhava como assessora do senador Ciro Nogueira (PP) e teve um vídeo íntimo vazado e assistido por parlamentares durante uma sessão da CPMI do Cachoeira, que investigava a atuação do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Denise acabou demitida e ganhou fama após a repercussão do episódio, chegando a posar para a revista Playboy e entrando para o elenco do reality show “A Fazenda”, do qual foi vice-campeã em 2013.