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    Em pronunciamento, Bolsonaro volta a citar OMS para defender retorno ao trabalho

    Recomendação do órgão é pelo isolamento, como reforçou diretor-geral do órgão nesta tarde

    O presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento em rede nacional
    O presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento em rede nacional Foto: Reprodução (31.mar.2020)

    Anna Satie e Guilherme Venaglia da CNN, em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a usar fala descontextualizada do diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde) em pronunciamento em rede nacional nesta terça-feira (31). A fala foi acompanhada por panelaços em várias cidades do país. 

    Mais cedo, ele já havia distorcido a fala de Tedros Ghebreyesus a apoiadores na porta do Palácio do Planalto, dizendo que o diretor havia recomendado que as pessoas voltem ao trabalho. “O que ele disse? Praticamente que, em especial, os informais têm que trabalhar”, declarou o presidente.

    Ghebreyesus foi ao Twitter reforçar que a orientação do órgão é pelo isolamento e que os governos devem garantir assistência aos mais pobres neste momento. Ele ressaltou que pessoas sem rendas regulares ou reservas financeiras merecem políticas públicas que lhes garantam a dignidade e a possibilidade de cumprir as medidas aplicadas pelos especialistas em saúde. 

    Bolsonaro disse que replicou a fala para destacar que, desde o início, sua preocupação é com as parcelas mais vulneráveis da sociedade.

    O presidente chegou a ser aconselhado por pessoas próximas a adiar o pronunciamento, apurou mais cedo Daniel Adjuto, âncora da CNN. A ideia era de que o texto fosse construído com auxiliares e não coincidisse com o 31 de março, data do golpe militar que levou a 21 anos de ditadura militar no Brasil (1964-1985). Bolsonarou resistiu e escreveu o pronunciamento sozinho.

    Tom mais brando

    Em tom mais brando do que no pronunciamento da semana anterior, Bolsonaro chamou o coronavírus de “maior desafio da nossa geração”.

    Ele também recuou no discurso da hidroxicloroquina. O presidente, que vinha enfatizando o medicamento como a cura para o novo coronavírus, afirmou que “o vírus é uma realidade, ainda não existe cura ou vacina comprovada”, ponderando que “a hidroxicloroquina parece bastante eficaz”.

    O presidente também citou a necessidade de união entre os poderes e as autoridades estaduais e muncipais em “um grande pacto pela preservação da vida”.

    Durante o discurso, Bolsonaro também citou medidas para amparar a população diante da pandemia, como o coronavoucher. O auxílio foi aprovado pelo Congresso, mas ainda não foi sancionado pelo presidente.

    Nesta tarde, o presidente havia dito que irá sancionar o apoio emergencial de R$ 600 “o mais rápido possível”, mas não estabeleceu prazo. “Estamos correndo atrás porque tem vetos que precisam ser justificados”, disse. A medida foi aprovada no Senado nesta segunda (30).