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    Supremo espera que Lira suba o tom e conduza reação enfática contra Silveira

    Ministros do STF ouvidos pela CNN disseram que, caso a Câmara ‘passe a mão na cabeça’, estará aberto o caminho para ‘o suicídio político’ dos parlamentares

    Thais Arbexda CNN

    Depois da prisão em flagrante do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) esperam que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), suba o tom contra o parlamentar e conduza uma reação enfática da Casa pela confirmação da detenção de Silveira.

    Ministros do Supremo ouvidos pela CNN disseram que, caso a Câmara “passe a mão na cabeça” de Silveira, estará aberto o caminho para “o suicídio político” dos parlamentares. A expectativa entre os magistrados é a de que o Legislativo faça uma veemente defesa das instituições e condene, firmemente, as ofensivas à corte.

    Deputado federal Daniel Silveira (PSL) é conduzido ao IML do Rio de Janeiro (RJ)
    Deputado federal Daniel Silveira (PSL) é conduzido ao IML do Rio de Janeiro (RJ) para fazer exame de corpo de delito
    Foto: Betinho Casas Novas/Futura Press/Estadão Conteúdo

    Integrantes do tribunal avaliaram que Lira adotou tom ameno na noite desta terça-feira (16). No Twitter, o presidente da Câmara afirmou que a decisão do plenário da Casa é soberana.

    “Como sempre disse e acredito, a Câmara não deve refletir a vontade ou a posição de um indivíduo, mas do coletivo de seus colegiados, de suas instâncias e de sua vontade soberana, o Plenário”, escreveu Lira.

    “Nesta hora de grande apreensão, quero tranquilizar a todos e reiterar que irei conduzir o atual episódio com serenidade e consciência de minhas responsabilidades para com a Instituição e a Democracia.

    Para isso, irei me guiar pela única bússola legítima no regime democrático, a Constituição. E pelo único meio civilizado de exercício da Democracia, o diálogo e o respeito à opinião majoritária da Instituição que represento”, continuo o presidente da Câmara.

    A Constituição determina que, em caso de prisão em flagrante por crime inafiançável, como foi a de Silveira, o processo tem que ser enviado em até 24 horas para a Câmara, que baterá o martelo sobre a detenção.

    Lira, que está fora de Brasília, antecipou a volta à capital federal e chamou uma reunião com os líderes da Câmara para a tarde desta quarta-feira (17). O presidente da Casa pretende realizar a sessão sobre o caso de Silveira até esta quinta-feira (18).

    De acordo com relatos feitos à CNN, durante toda a terça (16), Lira atuou para tentar apaziguar os ânimos no Supremo. Os ataques do deputado do PSL, no entanto, uniram os ministros em defesa da corte. A decisão de Moraes teve o respaldo dos colegas —tanto que o plenário do tribunal vai confirmar a decisão nesta quarta. A expectativa é a de que o presidente Luiz Fux abra a sessão com uma forte contra os ataques ao Supremo.

    A auxiliares, Fux classificou as declarações de Silveira como um atentado à democracia.