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    Planalto trabalha com três cenários para eleições nos Estados Unidos

    Entre os cenários esperados pelo governo brasileiro, Biden vence em dois deles

    Basília Rodriguesda CNN

    O Palácio do Planalto trabalha com três cenários para o Brasil pós-eleições norte-americanas. A CNN apurou detalhes de cada um. Em dois deles, o democrata Joe Biden é o vencedor. Já o predileto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Donald Trump, triunfa em uma das conjunturas.

    Na primeira possibilidade, Trump vence e o Brasil fortalece a agenda conservadora e a estratégia atual. Este é considerado o melhor dos mundos para o governo Bolsonaro. O assessor-chefe para Assuntos Internacionais do Planalto, Filipe Martins, calculou chances de Trump ser eleito com, pelo menos, 280 dos 538 delegados do Colégio Eleitoral.

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    O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
    O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
    Foto: Ueslei Marcelino/Reuters (7.out.2020)

    Na segunda hipótese, Biden vence e o Brasil mantém a agenda conservadora em conjunto com uma relação pragmática com os Estados Unidos, baseada nas convergências geopolíticas e nos interesses concretos dos dois países. Em outros termos, nada de relações pessoais, apenas negócios, ainda que o próprio Biden já tenha ameaçado adotar medidas contra o Brasil, em represália ao desmatamento da Amazônia, caso ganhe.

    A terceira e última hipótese apresenta novamente Joe Biden como campeão. Mas com a ressalva de que haveria uma contestação judicial, como vem pregando o republicano Trump, caso seja derrotado. Nessa circunstância, o Brasil adotaria postura de cautela e aguardaria o desfecho para se pronunciar. Este terceiro cenário lança dúvidas até mesmo sobre o diplomático gesto de o presidente ligar para parabenizar o eleito. 

    Análises

    Bolsonaro pediu análises periódicas das pesquisas eleitorais norte-americanas e, nesta terça-feira (3), não será diferente. Logo cedo, ele terá encontros com o assessor-chefe para Assuntos Internacionais, Filipe Martins; o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo e o secretário de assuntos estratégicos, almirante Flávio Rocha.

    Martins é especializado em análise prospectiva e, antes de assumir função de destaque no governo Bolsonaro, chamou atenção do então candidato à presidência Jair Bolsonaro e aliados por apostas certeiras, como a vitória de Trump sobre Hilary Clinton, em 2016. 

    Na metodologia do auxiliar do Planalto, os dados de votos das primárias são levados em conta como termômetro do entusiasmo de quem vota e capacidade de quem atrai os votos. Depois, há o confronto desses dados com uma média de pesquisas recentes, considerando os “early votes“, votos antecipados pelo correio ou presencial. A partir desse emaranhado de números e percepções, sai uma tríade de cenários.