Ronaldinho Gaúcho falta novamente e CPI das Criptomoedas deve pedir condução coercitiva
É a segunda vez que o ex-jogador falta à comissão; defesa alega que um temporal fez com que voos fossem cancelados ou atrasados em Porto Alegre
O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho não compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Criptomoedas nesta quinta-feira (24). Ele era esperado para depor a partir das 10h00.
A defesa do jogador argumentou que o “o aeroporto de Porto Alegre ficou fechado por causa de um temporal e os voos foram cancelados/atrasados”. O irmão do jogador, que também foi convocado para depor, está presente na sessão.
O relator, Ricardo Silva (PSD-SP) e o presidente da comissão, Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) não concordaram com a justificativa da defesa para ausência. Dessa forma, a CPI deve requerer a condução coercitiva de Ronaldinho Gaúcho, ainda sem data marcada.
Essa é a segunda vez que Ronaldinho não comparece a CPI das Criptomoedas. Na terça-feira (22), o jogador também era esperado para depor.
No mesmo dia, a defesa do ex-atleta disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não havia sido notificado pela comissão sobre o seu depoimento. A secretaria da CPI das Criptomoedas, porém, disse que o ex-jogador foi notificado eletronicamente duas vezes, na sexta-feira (18) e na segunda (21).
Na noite de segunda, o ministro Edson Fachin, do STF, assegurou ao ex-atleta o direito de ficar em silêncio durante o depoimento. A defesa de Ronaldinho chegou a pedir à Corte que ele tivesse o direito de não comparecer à oitiva, mas o ministro não atendeu ao pedido.
CPI das Criptomoedas
A convocação de Ronaldinho Gaúcho foi feita pela CPI porque os deputados querem entender a participação do ex-jogador em uma empresa, alvo de questionamentos por supostamente atuar como pirâmide financeira “devido às promessas de altos e rápidos retornos”, conforme a justificativa do requerimento aprovado pelo colegiado.
Segundo a defesa dele, o documento “imputa ao paciente [Ronaldinho] a condição de envolvido em fraudes” por trazer “manifesta indicação” de que ele “teria envolvimento com fraudes com investimentos em criptomoedas”.
Segundo o advogado, Ronaldinho não se envolveu nem participou de qualquer esquema ou operação fraudulenta. A defesa ainda afirmou que o ex-jogador não é sócio da empresa alvo das suspeitas e que ele é vítima da companhia, que usou seu nome “sem autorização”.
Conforme o requerimento de convocação de Ronaldinho, o site da empresa “18K Ronaldinho”, em 2015, afirmava que a empresa havia sido criada naquele ano como “uma marca de relógios esportivos […] bem sucedida nos Estados Unidos em meio a diversos atletas no mundo todo”.
“Em 2019, já em parceria com o ex-jogador, foi criado um canal digital de trading e criptoativos com remuneração em multinível. A empresa afirmava trabalhar com trading e arbitragem de criptomoedas e prometia a seus clientes rendimentos de até 2% ao dia, supostamente baseado em operações com moedas digitais, o que levantou suspeitas de se tratar de uma pirâmide financeira devido às promessas de altos e rápidos retornos”, diz o requerimento.