‘Não é hora de briga’, diz João Doria sobre conflito entre Maia e Bolsonaro
'O presidente precisa ter a compreensão de que o país precisa estar unido para superar essa crise e salvar vidas', declarou o governador de São Paulo
De longe da querela entre o presidente Jair Bolsonaro e o deputado Rodrigo Maia, o governador de São Paulo, João Doria (PSBD), quis ser conciliador.
“Agora nao é hora de briga. O presidente precisa ter a compreensão de que o país precisa estar unido para superar essa crise e salvar vidas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem agido de forma solidária com todos os governadores e adotado medidas que protegem os brasileiros que vivem nos 27 estados”, disse à coluna depois da troca de acusações entre os chefes dos dois poderes.
Ajudar ou não ajudar São Paulo? Parece que esta é uma das questões que não querem calar em Brasília. Pelo menos ficou evidente na entrevista exclusiva de Rodrigo Maia ao âncora da CNN, William Waack. Maia rebatia os ataques que sofrera pouco antes. Em entrevista exclusiva, Bolsonaro acusou o deputado de conspirar para tirá-lo do poder.
O governador João Dória está no centro da contenda entre o presidente e o deputado. Não que precisasse de mais um ringue.
A briga entre o governador e o presidente já estava feia quando a pandemia alcançou o Brasil. Desde então, já houve muitos embates indiretos e alguns diretos entre eles. E as alfinetadas do presidente não cessam, ele não desiste de criticar a quarentena decretada em São Paulo por Doria.
O novo capítulo teve roteiro costurado no parlamento e acabou sendo o estopim da troca de acusações entre Bolsonaro e Maia.
Com caixa quebrado e tendo que enfrentar a guerra contra o avanço do coronavírus, os governadores pedem recursos do governo federal. A Câmara atendeu aos pedidos e aprovou uma proposta que dá um cheque em branco aos estados, tudo que Paulo Guedes não queria. Muito menos Bolsonaro.
“Mais do que nunca, precisamos estar unidos”, pede Doria. Não valendo milagre, a ponte que poderia promover esta união foi queimada dos dois lados. Tudo caminha para que o fosso que já se formava entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, se transforme num abismo.