Cabral e ex-primeira dama desviaram R$ 151 mi do Sistema S, dizem procuradores
Grupo que comandava os esquemas ilegais se beneficiava de contratos firmados com escritórios de advocacia a pretexto de serviços jurídicos
O ex-governador Sérgio Cabral, a ex-mulher Adriana Ancelmo e o ex-presidente da Federação do Comércio (Fecomércio/RJ) Orlando Diniz são considerados peças importantes no esquema de corrupção investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) que desencadeou a operação desta quarta-feira (9). Os três faziam parte do “núcleo duro”, segundo os procuradores, e promoveram o desvio de pelo menos R$ 151 milhões, conforme a denúncia obtida pela CNN.
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O grupo que comandava os esquemas ilegais se beneficiava de contratos firmados com escritórios de advocacia a pretexto de serviços jurídicos com o Sistema S fluminense, composto por Senac, Sesc e Fecomércio, de acordo com o processo. Segundo a investigação, os advogados contratados repassavam valores mensalmente aos membros do “núcleo duro”, que também contava com a atual advogada de Wilson Witzel, Ana Tereza Basilio.
Delação é base da operação
A colaboração premiada de Orlando Diniz é usada como base para a operação do Ministério Público Federal (MPF). A Operação batizada de E$quema S teve como objetivo cumprir 50 mandados de busca e apreensão e investiga um suposto esquema ilegal que desviou cerca de R$ 355 milhões dos cofres públicos do Rio de Janeiro entre 2012 e 2018. As diligências expedidas pelo juiz Marcelo Bretas foram realizadas em endereços de pessoas, escritórios de advocacia e outras empresas investigadas no RJ, SP, Brasília e Bahia.
No total, 26 pessoas foram denunciadas, destas, nove são do RJ, incluindo o ex-governador Sérgio Cabral e a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. Outro nome presente na denúncia é o de Orlando Diniz, ex-presidente da Federação do Comércio (Fecomércio/RJ). Os suspeitos foram denunciados pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal apura supostos contratos irregulares das empresas financiadas com dinheiro público, como o Serviço Social do Comércio (Sesc RJ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) e a Fecomércio/RJ, com escritórios de advocacia.
Em nota, a defesa de Sérgio Cabral informou que o ex-governador é colaborador da Justiça com acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Sobre esses fatos já prestou esclarecimentos à Polícia Federal e entregou provas de corroboração.
(*Sob Supervisão de Thayana Araujo)