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    Defesa de ex-assessor de Bolsonaro diz que parte de movimentação milionária se refere à venda de carro para Cid

    Ex-sargento Reis, que foi ajudante de ordens da Presidência, deve ser ouvido nesta quinta-feira (24) pela CPMI do 8 de janeiro

    Karine Gonzagada CNN , em Brasília

    As transferências nos valores de R$ 70 mil e de R$ 11 mil que o ex-sargento Luis Marcos dos Reis fez para seu ex-chefe Mauro Cid, ajudante de ordens da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro (PL), se referem à venda de um veículo Toyota Yaris e, posteriormente, ao reparo e manutenção do veículo, afirmou à CNN o advogado de Reis, Alexandre Vitorino.

    Reis, que movimentou R$ 3,3 milhões em um período de 15 meses, será ouvido nesta quinta-feira (24) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. “Meu cliente apresentará na CPMI a procuração de venda do carro para que não restem dúvidas”, afirmou Vitorino à CNN.

    As transferências constam em documento sigiloso, ao qual a CNN teve acesso.

    Sobre a movimentação financeira, que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) classifica como “indício de lavagem de dinheiro”, o advogado afirma que o dinheiro que entrou na conta de Reis, R$ 1,5 milhão, foi o mesmo que saiu, e alega que o montante é compatível com a renda do cliente e com um “consórcio de amigos”, o qual o sargento gerenciava.

    “Reis sempre teve nos quartéis uma espécie de consórcio de amigos. Ele e os amigos se uniam para fazer aplicação financeira e, no final, ele distribuía os rendimentos”, disse.

    Reis conseguiu um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal para responder apenas às perguntas relacionadas aos atos antidemocráticos em seu depoimento na CPMI do 8 de janeiro, nesta quinta.

    Segundo o advogado, Reis assistiu pela televisão o que estava acontecendo na Esplanada dos Ministérios, e chegou ao local após a depredação do patrimônio público.

    O ex-sargento Reis foi preso em maio na operação da Polícia Federal (PF) sobre as fraudes nos cartões de vacinação de Bolsonaro. Segundo a CNN apurou, Reis solicitou ao sobrinho, o médico Farley Alcântara, que também está sendo investigado, um cartão de vacina em branco e teria dado a Mauro Cid.

    O sargento também era responsável por pagar em dinheiro vivo as contas da ex-primeira dama Michele Bolsonaro.

    “Ele nunca questionou de onde vinha o dinheiro, apenas recebia a ordem. O trabalho da ajudância é resolver, ele ia e resolvia”, concluiu o advogado.

    Procurados, os defensores de Bolsonaro, Michelle e Cid não se manifestaram.

    Vídeo — CPMI do 8/1: STF autoriza ex-ajudante de Bolsonaro a ficar em silêncio

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