Defesa de Witzel diz ‘estranhar’ manifestação da PGR sobre desvios
Maria Claudia Bucchianeri, advogada do governador do Rio, afirmou que PGR não indicou que elemento vincula Witzel a esses episódios
A advogada do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), Maria Claudia Bucchianeri, falou à CNN sobre a soltura do ex-secretário de saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos, determinada pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, afirmou que Witzel está no “vértice da pirâmide” no esquema de desvio de verbas para o combate à pandemia do coronavírus no estado.
Bucchianeri disse estranhar o teor da manifestação da PGR por, segundo ela, um motivo “óbvio”: “o Ministério Público do Rio de Janeiro já está debruçado sobre as supostas irregularidades cometidas na Secretaria de Saúde do Estado há um bom tempo”.
“Já a ação de improbidade administrativa foi proposta justamente contra essas aquisições e supostas irregularidades e o governador não está no polo passivo. E a gente sabe que a ação de improbidade administrativa, ainda que o governador estivesse no polo passivo, ela continuaria em primeira instância porque a prerrogativa de foro compreende apenas feitos criminais e não as ações de improbidade”, explicou.
Diante de indicações de que Edmar Santos está negociando uma delação premiada, Witzel tentará recorrer para tirar do STJ a apuração sobre desvios no combate à Covid-19.
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Segundo a defesa do governador, a PGR não indicou que elemento vincula Witzel a esses episódios.
“O Ministério Público do Rio não encontrou nada, nós da defesa já tivemos acesso a essas buscas e não encontramos nada”, pontuou.
“Gostaríamos de saber quais são esses documentos a que a PGR faz alusão, que só ela conheceria, e o Ministério Público do Rio não teria tido acesso”, acrescentou.
Bucchianeri falou ainda que desafia qualquer um que teve acesso à decisão de busca e apreensão e abertura de inquérito a comprovar que a A2A – empresa que forneceria ventiladores – tenha qualquer vinculação, ainda que remota, com o governador do Rio ou com alguém relacionado a ele.