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    STF faz um minuto de silêncio por assassinato de Mãe Bernadete

    Presidente da Corte, ministra Rosa Weber propôs homenagem à líder quilombola antes do início da sessão

    Lucas Mendesda CNN , Em Brasília

    O Supremo Tribunal Federal (STF) homenageou a líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, assassinada a tiros na última quinta-feira (17). A presidente da Corte, ministra Rosa Weber, propôs um minuto de silêncio no plenário antes do começo dos trabalhos.

    Mãe Bernadete, como era conhecida, liderava a comunidade quilombola Pitanga dos Palmares, em Simões Filho (BA), e atuava como coordenadora nacional da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos).

    Vídeo: Líder quilombola é assassinada na Bahia

    “Semana passada, a Mãe Bernadete foi brutalmente assassinada no interior de sua residência com mais de dez tiros, quase todos no rosto. Uma senhora de 72 anos que estava na sala vendo televisão com seus netos”, disse Rosa Weber.

    “Entrei em contato com o governador da Bahia, que está adotando todas as providências. A Polícia Federal também já está atuando no caso”, declarou.

    No dia seguinte ao assassinato, Weber divulgou uma nota cobrando providências e reparação sobre a morte de Mãe Bernadete.

    A liderança quilombola havia se reunido com Rosa Weber em julho deste ano no Quilombo Quingoma, em Lauro de Freitas (BA).

    Na ocasião, Bernadete conversou com a presidente do STF sobre a violência a que os quilombolas estão expostos e também sobre a morte de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, executado com 14 tiros há seis anos.

    “É absolutamente estarrecedor que os quilombolas, cujos antepassados lutaram com todas as forças e perderam as vidas para fugir da escravidão, ainda hoje vivam em situação de extrema vulnerabilidade em suas terras”, disse Weber. “Assim como é direito de todos os brasileiros, os quilombolas precisam viver em paz e ter seus direitos individuais respeitados”.

    Em nota, a Conaq manifestou pesar pela perda “de uma mulher tão sábia e de uma verdadeira liderança”.

    “Sua partida prematura é uma perda irreparável não apenas para a comunidade quilombola, mas para todo o movimento de defesa dos direitos humanos”, afirmou a entidade.

    “A Conaq exige que o Estado brasileiro tome medidas imediatas para a proteção das lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares. É dever do Estado garantir que haja uma investigação célere e eficaz e que os responsáveis pelos crimes que têm vitimado as lideranças desse Quilombo sejam devidamente responsabilizados.”

    A Polícia Federal (PF) da Bahia disse que instaurou inquérito para apurar o assassinato.

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