Cristiane Brasil era ‘fada madrinha’ em esquema de corrupção no RJ, aponta juíza
Ex-deputada federal prometeu se entregar nesta sexta-feira; Justiça aponta que ela teve participação em contratos fraudulentos envolvendo a prefeitura
A ex-deputada Cristiane Brasil é tratada pela juíza Ana Helena Mota Lima Vale, que aceitou a denúncia da Operação Catarata II, como “Fada Madrinha” da Servlog, empresa apontada como foco de contratos de serviços sociais fraudulentos firmados com a prefeitura do Rio. Ela ainda não foi presa, mas prometeu se entregar.
Segundo o Ministério Público, a organização criminosa surgiu em 2013 na Secretaria de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida sob administração de Cristiane Brasil durante gestão do prefeito Eduardo Paes. Foram investigados contratos com a empresa Servlog de Flávio Chadud, empresário preso na operação desta sexta-feira (11). O MP-RJ explicou que todo o processo contratual era fraudado, a exemplo da licitação sempre vencida pela empresa de Chadud.
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Mesmo após deixar o cargo, ela manteve influência política na secretaria e na empresa. Há Indícios de pagamento de propina ainda em 2019 na sede da Servilog, segundo o MP, o que motivou o pedido de prisão. Há indícios do recebimento de R$ 74 mil como propina e outros pagamentos com valores menores, na faixa de R$ 10 mil, para não chamar atenção das autoridades financeiras.
Ao todo, a operação investigou contratos que somam R$ 117 milhões e que tinham até 25% de valores destinados a pagamento de vantagens indevidas.
Brasil foi alvo de mandados de prisão preventiva e busca e apreensão. Ela ainda não foi presa, mas confirmou que irá se entregar na sede da Secretaria de Polícia Civil, no centro do Rio de Janeiro.
Por nota, a acusada questionou a denúncia. “Tiveram oito anos para investigar essa denúncia sem fundamento, feita em 2012 contra mim, e não fizeram pois não quiseram. Mas aparecem agora que sou pré-candidata à prefeitura numa tentativa clara de me perseguir politicamente, a mim e ao meu pai”, disse. Cristiane Brasil é filha do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.
A defesa de Chadud afirmou que os fatos não são novos, que a prisão é desnecessária e que o Tribunal de Contas Estadual não identificou irregularidades nos contratos vencidos através de pregão eletrônico.