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    Maia diz que reação de Bolsonaro à pergunta de repórter foi ‘desproporcional’

    Presidente disse ter vontade de agredir um jornalista após ser questionado sobre os depósitos feitos por Fabrício Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro

    Noeli Menezes, da CNN, em Brasília

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou nesta segunda-feira (24) como “desproporcional” a reação do presidente Jair Bolsonaro no domingo (23), que disse ter vontade de agredir um repórter do jornal “O Globo” após ser questionado sobre os depósitos feitos pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

    A vontade é encher tua boca com uma porrada, tá? Seu safado”, disse Bolsonaro diante da insistência do jornalista.

    Maia reconheceu que “muitas vezes as perguntas que vocês [jornalistas] fazem a cada um de nós… a gente não gosta e fica com raiva. É da natureza humana”. “Agora, não cabe uma reação desproporcional como a do presidente ontem”, declarou em entrevista à rádio Gaúcha.

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    “A gente tem que entender que as nossas liberdades – a liberdade individual, de imprensa de expressão, religiosa – todas elas têm importância fundamental em qualquer civilização, sociedade. Não podemos nos esquecer disso. Então, uma frase com esse impacto, vinda do presidente do Brasil, a figura mais importante da política brasileira, certamente gera impacto muito negativo interna e externamente”, completou o democrata.

    Maia disse ainda que espera “que o episódio de ontem não se repita”. “Não é bom, não ajuda, vai criando tensionamento”.

    O deputado também comentou os ataques públicos que já sofreu do presidente e que cessaram nos últimos meses. “Os últimos 63 dias foram muito positivos para o Brasil.”

    Ele se recusou a falar sobre os repasses de Queiroz a Michelle e alegou que o caso deve ser tratado pela justiça. De acordo com Maia, o tema não poderia levar a um pedido de impeachment de Bolsonaro porque não tem relação com o mandato atual.

    “Não tem nenhuma relação uma coisa com a outra. O crime de responsabilidade [para levar ao impeachment] é cometido pelo presidente durante o exercício do mandato da Presidência da República.”
    Além disso, continuou o deputado, “eu acho que não é o momento de avaliar os pedidos” de impedimento.

    “Não acho que o impeachment possa ser um instrumento usado a qualquer momento. Tem que ser pensado com calma, avaliar o momento adequado. Eu falei que não queria mais uma crise na política brasileira. Não podemos tirar o foco daquilo que é fundamental neste momento”, afirmou ao se referir ao enfrentamento da crise sanitária, social e econômica causada pela pandemia de Covid-19.

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