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    Prefeito do Rio diz que ‘povo’ deve avaliar possível multa a Bolsonaro

    'O presidente é a principal autoridade do Brasil, ele vai ser sempre bem-vindo ao Rio de Janeiro', disse Eduardo Paes

    Pauline Almeida, da CNN, no Rio de Janeiro

    O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, esquivou-se de avaliar a ‘motociata’ com a participação do presidente Jair Bolsonaro no último domingo (23), com o registro de aglomerações e pessoas sem máscara. A responsabilidade pela fiscalização de infrações sanitárias é da Vigilância Sanitária do município. No entanto, ao ser questionado se o presidente deveria ser multado, Paes afirmou que a decisão deveria vir do “povo”.

    “Nós não vamos ficar aqui atrás de presidente da República na cidade para multar ou deixar de multar. Eu acho que, essa avaliação, quem tem que fazer é a população”, afirmou nesta terça-feira (25), durante uma agenda no bairro da Taquara, na zona oeste do Rio, que deu início à vacinação contra Covid-19 da população em situação de rua.

    Paes alegou que o Município deu “bom exemplo” quando ele próprio foi autuado em R$ 562,42 ao tirar a máscara para cantar samba em um bar, mas que o presidente Jair Bolsonaro é a principal autoridade do país e tem autonomia.

    “Um dia, por descuido, infringi uma regra, tirei a máscara num lugar que eu não podia retirar a máscara, e a prefeitura me multou. Pedi que a prefeitura me multasse. Aqui, a gente cumpre as regras e, quando não cumpre, o próprio prefeito paga a sua multa. Eu acho que essa avaliação, essa multa eventual do presidente Bolsonaro, ela tem que ser avaliada pelo povo. O presidente é a principal autoridade do Brasil, ele vai ser sempre bem-vindo ao Rio de Janeiro. Enfim, nós não vamos ficar aqui nesse joguinho de multa, ‘desmulta’. O presidente tem essa responsabilidade e ele pode avaliar”, declarou.

    Também questionado sobre o assunto, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, preferiu dizer que a pasta “está analisando ainda como proceder”. E, apesar de ser a autoridade de saúde da capital fluminense, declarou que “não me cabe avaliar neste momento.”

    O evento com Jair Bolsonaro reuniu quase 40 mil pessoas no último domingo, segundo a organização. O passeio de motociclistas começou na Barra da Tijuca e percorreu mais de 30 quilômetros, com um palanque montado no Flamengo, na zona sul, onde o presidente foi acompanhado de deputados e autoridades, como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, todos sem máscara.

    “Acho que o presidente da República é a maior autoridade do Brasil. Ele tem capacidade de avaliar os seus atos […] quando a principal autoridade da cidade, eu cometi o deslize, tirei a máscara no local que não devia, a prefeitura me aplicou uma multa. Eu pedi que me aplicasse, cumprisse a lei e paguei a minha multa. Essa outra multa, o povo avalia”, disse Paes.

    Especialistas ouvidos pela CNN fizeram um cálculo com base nas imagens divulgadas e concluíram que havia 20 mil motocicletas no ato. Procurada, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro não divulgou número oficial de manifestantes.

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