Cúpula dos Brics: Celso Amorim diz que “mundo não pode ser mais ditado pelo G7”
Assessor especial para relações internacionais do presidente Lula reconhece que o grupo Brics deverá ser ampliado
O assessor especial da Presidência da República para relações internacionais, embaixador Celso Amorim, disse nesta terça-feira (22) que “o mundo não pode mais ser visto e ditado pelo G7”.
Ele fez as afirmações em Joanesburgo, na África do Sul, onde participa, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da 15ª Cúpula dos Brics.
O principal tema da cúpula deste ano é a expansão do bloco. A China e a Rússia estão trabalhando com muito afinco para trazer mais países para os Brics.
A intenção dos chineses é utilizar o grupo ampliado como uma plataforma na sua disputa geopolítica cada vez mais acirrada contra os Estados Unidos.
Os russos, por suas vez, precisam de mais países amigos em sua zona de influência, especialmente depois das severas sanções impostas pelo ocidente por causa da guerra na Ucrânia.
Alguns analistas acreditam que a chegada de novos países defendendo “uma nova ordem global” poderá levar o grupo dos Brics a ser um contraponto ao G7, o bloco das democracias ocidentais desenvolvidas –liderado pelos Estados Unidos.
Em suas falas, Amorim deixou claro sua visão de que o mundo está mudando e que a governança global precisa acompanhar esse movimento.
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Para ele, a ampliação é uma “afirmação global” dos Brics.
“Os países que desejam ser parceiros ou membros plenos dos Brics demonstram que (o grupo) é uma nova força no mundo e que o mundo não pode mais ser visto e ditado pelo G7”, disse ele.
“(O ex-presidente dos EUA Barack) Obama já havia percebido isso quando disse que o G20 substituiu o G7. Agora está havendo uma tendência em função de rivalidades entre EUA e China, em função da guerra da Ucrânia”, disse ele, resumindo o processo de discussão da expansão do bloco.
Segundo o Itamaraty, o Brasil não é contrário ao aumento do grupo, mas defende a adoção de critérios claros sobre quais países poderiam entrar nos Brics e em que momentos.
Os líderes dos cincos países membros (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vão definir durante esta cúpula, que termina na quinta (24), como uma possível expansão se dará.