Compra de vacinas por empresas não é furar fila, diz Carlos Wizard
Projeto de lei que permite a aquisição de imunizantes por empresas está em discussão no Senado
O empresário Carlos Wizard defendeu, em entrevista à CNN neste domingo (18), o projeto de lei que permite a compra de vacinas por empresas para imunizar funcionários. Segundo Wizard, a medida não fará com que a fila de vacinação seja “furada”.
“Trata-se de criar mais filas para antecipar a imunização da população em grande massa”, defendeu o empresário.
O projeto, cujo texto-base foi aprovado na Câmara e agora é analisado no Senado, estabelece que as empresas poderão comprar vacinas avalizadas por autoridades sanitárias de todo o mundo reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e aplicar as doses em seus funcionários, seguindo a ordem de prioridade já estabelecida pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI).
As empresas também terão de doar ao Sistema Único de Saúde (SUS) a mesma quantidade de doses que aplicarem em seus colaboradores.
A diferença deste projeto para a lei em vigor é que o primeiro projeto, aprovado pelo Senado e Câmara, tinha uma trava legislativa que só permitia a compra pelo privado depois de concluída a imunização do grupo prioritário.
Estima-se que o grupo prioritário englobe cerca de 70 milhões de brasileiros, sendo necessárias 140 milhões de doses para que o grupo fosse contemplado com as duas aplicações da vacina.
“Será que nós empresários vamos ficar de braços cruzados aguardando essa fila única do Sistema Único de Saúde (SUS) andar, até que o restante da população tenha alcance à vacina?”, questionou Wizard em entrevista à CNN.
O empresário afirmou também que considera a lei que determina a doação integral das doses ao SUS “inconstitucional”, e defendeu a entrega de apenas 50% dos imunizantes adquiridos pelas empresas.
“Entendemos que o SUS vai continuar o trabalho prioritário aos grupos de risco e nós, paralelamente, de forma solidária, vamos imunizar os nossos trabalhadores.”