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    O Grande Debate: Qual a avaliação sobre os 500 dias do governo Bolsonaro?

    Gisele Soares e Thiago Anastácio ainda debateram se transcrição do vídeo mostra tentativa de interferência de Bolsonaro ou não deixa claro

    O Grande Debate da manhã desta sexta-feira (15) abordou os 500 dias de Jair Bolsonaro (sem partido) na Presidência da República.

    O mediador da edição matinal do quadro da CNN, Reinaldo Gottino, questionou os advogados Thiago Anastácio e Gisele Soares sobre qual a avaliação deles sobre esse período. Os dois divergiram. 

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    Gisele Soares classificou como uma “arrumação de casa” e fez uma avaliação positiva desse período, mas ressaltou que é necessário dividir a gestão atual em dois momentos. “Eles precisam ser divididos em antes e depois da pandemia para uma avaliação justa. Antes, vínhamos muito bem liderados pelo ministro [da Economia], Paulo Guedes, com uma série de reformas importantes”, afirmou ela.

    “Vejo com bons olhos esses 500 dias aliados à bandeira do combate à corrupção com um presidente que valoriza as pessoas e é nesse sentido que avalio com muita positividade. O presidente não é de gabinete. Ele vai para a rua, conversa”, acrescentou.

    Thiago Anastácio não enxerga o governo Bolsonaro da mesma forma e disse que os 500 dias foram marcados por “todas as piores mensagens possíveis sobre nação”, “flerte com o uso da força”, “ataque entre poderes”, “esfacelamento da chancelaria” e briga com a China. O advogado também rebateu os elogios feitos pela colega.

    “A partir da análise que é feita pelos favoráveis ao presidente, tudo vai bem. Ia bem a economia? Sim, para o empresariado e a classe média. Bolsonaro não é de gabinete? Então me digam, quantas vezes, antes da pandemia, ele saiu às ruas no cotidiano? Vocês viram ele nas comunidades cariocas, por exemplo? Foi preciso 1 ano e dois meses até [ele começar a ir às ruas]”, argumentou.

    Trechos mostram interferência?

    O Debate Novo Dia trouxe outro tema aos advogados. “A transcrição do vídeo mostra tentativa de interferência de Bolsonaro ou não deixa claro?”, questionou Gottino.

    Em trechos entregues pela Advocacia-Geral da União (AGU), que faz a defesa do presidente, Bolsonaro reclama de não receber “informações” da Polícia Federal e da inteligência das Forças Armadas. “Vou interferir. Ponto final. Não é ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade”, afirmou Bolsonaro.

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    Thiago Anastácio considerou como “muito difícil” analisar apenas trechos sem conhecer toda a dinâmica da conversa. “Fico cauteloso em fazer essas análises, mas me chama atenção o que ele quer dizer com segurança”, disse ele, que ainda avaliou que a divulgação do vídeo na íntegra pode contribuir ao trazer o contexto geral.

    Gisele Soares concordou que falta contexto para uma análise, mas divergiu sobre a divulgação vídeo na íntegra. “É muito difícil extrair conclusões de um excerto tão curto, mas a divulgação é uma exposição pública que só vai trazer mais problemas para o Brasil neste momento”, classificou.

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