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    Ferj planeja volta do futebol com vestiários fechados e sem ônibus de delegação

    Stéfano Salles , Da CNN, no Rio

    A CNN obteve acesso com exclusividade ao protocolo “Jogo Seguro”, elaborado pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e pelos médicos dos clubes da Série A do Campeonato Carioca, com orientação de uma comissão de especialistas em infectologia. O documento, de 12 páginas, determina os parâmetros sanitários para a volta da competição, suspensa na terceira rodada da Taça Rio, o segundo turno, e ainda sem data definida para retomada.

    O documento determina a realização de testes rápidos em todos os jogadores, além de comissões técnicas e de todo o staff envolvido nos jogos. O primeiro seria realizado sete dias antes da data marcada para o retorno da competição. O segundo, 72 horas antes do primeiro treino da retomada das atividades, para identificar eventuais falsos negativos do primeiro teste e novos infectados. A Ferj adquiriu 700 kits de testes. 

    Em caso de teste positivo, o infectado ficará em isolamento social por 15 dias, quando será acompanhado à distância pelo departamento médico do clube. Todos os casos confirmados de Covid-19 serão notificados às autoridades de saúde competentes e à Ferj. 

    O texto faz também orientações com relação ao transporte. Indica que os jogadores devem chegar para os treinamentos, de preferência, em seus veículos particulares e sozinhos, com locais de estacionamento pré-determinados e um corredor de passagem definido e, de preferência, em local aberto. A ideia é evitar contatos físicos que aumentem a exposição a rsicos de contaminação. O mesmo vale para jogos, quando deve ser abandonado protocolo de acesso dos times em ônibus. 

    “No retorno aos jogos, mantido o cenário atual, deve-se abrir o precedente do jogador se dirigir ao estádio em seu carro particular. Caso seja necessário o uso de transporte coletivo do próprio clube, deverá ser realizada higienização prévia e após o uso. O espaçamento mínimo recomendado será de duas fileiras, de forma alternada entre as colunas. Os passageiros devem sempre usar máscaras e fazer uso de álcool em gel na entrada e saída do ônibus”, diz o protocolo, no ítem sete. 

    Na volta da competição, os times não devem utilizar vestiários. E, quando isto for necessário, os times devem se dividir ao máximo, utilizando todos os vestiários disponíveis no estádio, para preservar o distanciamento. E, depois do uso, os ambientes devem passar por desinfecção. 

    Há recomendações também com relação à lavagem do material esportivo. Os atletas devem chegar aos treinos e jogos já vestidos, e com seus itens pessoais, que depois devem ser levados por eles para casa, onde serão lavados. O mesmo vale para as comissões técnicas. 

    O trabalho da fisioterapia, nesse período, deve priorizar os atletas lesionados e os que estão em estado pós-operatório. Eles devem se apresentar diretamente ao setor, sem acesso a outras dependências do clube. Os fisioterapeutas devem evitar ao máximo qualquer contato manual com os demais atletas, e precisam utilizar máscaras e luvas. As macas devem ser higienizadas, e um atleta nunca deve mudar de maca durante o tratamento.

    A recomendação é para que as academias sejam evitadas neste período, por serem fechadas e pelo ar-condicionado. Os exercícios devem ser feitos prioritariamente em ambiente externo, com pesos livres de uso individual e barras, e devem ser desinfectados após o uso. As banheiras não serão utilizadas. 

    Há também recomendações relativas à nutrição. As refeições não devem ser consumidas nos locais de treinamento, apenas a hidratação e suplementação podem acontecer nesses locais. As refeições devem ser feitas em casa, com cardápio orientado pelos serviço de nutrição. 

    Um agente de saúde fará a triagem para acesso aos centros de treinamentos, munido de termômetro de infravermelho. Caso seja detectado algum sintoma em um funcionário, ele será submetido a teste rápido ainda dentro do veículo, voltando para casa de imediato. Os consultórios médicos devem funcionar com portas e janelas abertas, atendendo um paciente por vez. 

    O protocolo determina ainda que haja um escalonamento para a chegada dos jogadores e da comissão técnica, evitando que todos cheguem ao mesmo tempo, para minimizar as chances de contato físico. A recomendação é para que a comissão técnica de cada clube trabalhe com um número reduzido de profissionais, evitando a presença daqueles integrantes que fazem parte dos grupos de risco para a doença. 

    O documento indica ainda que os jogadores sejam divididos em grupos menores para a realização das atividades de treinamento. E há indicações também com relação ao uso de acessórios: “Não custa lembrar que não deverá haver apertos de mão, abraços e uso de adornos (brincos, pulseiras, cordões e relógios). Os jogadores deverão manter o isolamento social nas suas atividades extra-campo”.

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