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    Sob pressão de patrocinadores, Conselho de Ética da CBF se reúne nesta segunda

    Pressionada por uma investigação rápida, Comissão de Ética pode até banir Rogério Caboclo dos estádios e de atividades relacionadas ao futebol brasileiro

    Pedro Duran e Elis Barreto, da CNN, no Rio de Janeiro

    Os membros do Conselho de Ética da CBF viram as provas apresentadas contra o presidente da Confederação, Rogério Caboclo, como “suficientes” para decidir pelo afastamento dele. A reunião extraordinária realizada por videoconferência na tarde desse domingo (6) foi marcada depois que uma série de denúncias – e provas – foram apresentadas ao Conselho na última sexta (4).

    Entre as acusações de assédio moral e sexual se tornarem pública e a decisão de afastar o presidente da CBF, Nike, Itaú Unibanco e Vivo, que patrocinam a Seleção Brasileira, se manifestaram publicamente sobre as investigações. Nike e Itaú se disseram “preocupadas” com as acusações e pediram rapidez. A Vivo informou que as situações relatadas “não condizem com os valores da empresa”.

    As investigações contra Caboclo passarão necessariamente por três etapas: a Câmara de Investigação, a Câmara de Julgamento e a avaliação da Assembleia Geral Administrativa. As Câmaras têm composição de três membros cada, com mandatos de dois anos prorrogáveis por mais dois. Os procedimentos são conduzidos pelo presidente da Comissão de Ética, Carlos Renato de Azevedo Ferreira, ex-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.

    A Câmara de Investigação vai analisar as denúncias, avaliar as provas, ouvir testemunhas, pedir diligências e montar um relatório. Um relator será escolhido pelo presidente. 

    Depois, se dois dos três membros votarem pelo prosseguimento da denúncia, ela segue à Câmara de Julgamento, que também pode pedir novas provas ou ouvir novas testemunhas. Não há prazo exato para esse processo, mas a intenção dos membros da Comissão é dar celeridade à avaliação das acusações, justamente por isso eles se reunirão novamente nesta segunda-feira (7). O horário ainda não foi definido.

    Se a decisão for a pena máxima – a destituição do presidente da CBF, Rogério Caboclo -, ela ainda precisará ser analisada pela Assembleia Geral Administrativa. São necessários três quartos dos votos contra o presidente para que ele perca o mandato. Entre as punições previstas no Código de Ética ainda estão advertência reservada ou pública, demissão por justa causa, multa de até R$ 500 mil, suspensão por até 10 anos das atividades relacionadas ao futebol brasileiro, proibição de acesso aos estádios ou de qualquer atividade relacionada ao futebol por até 10 anos e banimento. A Comissão de Ética ainda pode recomendar ao órgão apropriado da CBF que avise à Justiça e à polícia sobre a investigação interna.

    A Comissão de Ética não é da CBF, é autônoma e independente. Justamente por isso, há entre os membros delegados de polícia e advogados. Enquanto Caboclo está afastado, o vice-presidente Antônio Carlos Nunes assume o posto. Coronel da reserva, o militar tem 82 anos e já comandou a entidade. 

    Os advogados de Rogério Caboclo negam que ele tenha cometido qualquer tipo de assédio ou abuso e dizem que ele vai provar sua inocência ao longo desse processo. 

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