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    Na era da Netflix, novo formato da Liga dos Campeões aumenta emoção em jogos

    Fase final da competição, com jogos únicos realizados em Portugal, apresentou vários dramas, com reviravoltas inesperadas em cada disputa

    Simon Evans, da Reuters

    A Liga dos Campeões pode ter encontrado, ainda que sem intenção, a fórmula certa para continuar relevante na era da Netflix.

    Em vez de ter que esperar duas semanas para um “segundo episódio” em jogos eliminatórios com ida e volta, o que permite distrações e perda de atenção, os fãs puderam assistir jogos emocionantes todas as noites.

    O mini-torneio final com os 8 melhores clubes do continente na capital portuguesa, modelo adotado em razão da pandemia do novo coronavírus, apresentou vários dramas, com reviravoltas inesperadas em todas as adisputa.

    O único porém é que as quatro partidas únicas eliminatórias foram disputadas em estádios vazios, com a presença de apenas alguns membros da equipe técnica, médicos, seguranças e poucos jornalistas.

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    No entanto, com os fãs proibidos de frequentarem os estádios, a Uefa apresentou uma produção feita para a televisão e o elenco de astros do futebol europeu não decepcionou.

    Os 90 minutos mais chocantes foram jogados na sexta-feira (14) no Estádio de Luz, onde a classificação do Bayern de Munique pode não ter sido surpreendente, mas a goleada histórica de 8 a 2 sobre o Barcelona, certamente, foi inesperada.

    Agora, os alemães enfrentarão o Lyon nesta quarta-feira (19), depois de os franceses conseguirem a maior façanha ao eliminarem o Manchester City – que investiu pesado e era um dos favoritos no início da competição – no sábado (15) ao vencerem o time de Pepe Guardiola por 3 a 1.

    O treinador espanhol, apesar de ser considerado um dos mestres do futebol tático dos tempos modernos, deixou Portugal debaixo de fortes críticas em relação ao seu esquema de jogo e às substituições que fez na partida – e que resultaram na eliminação de seu time nas quartas de finais pela terceira temporada consecutiva.

    Jogadores do Bayern comemoram um dos gols contra o Barcelona no Estádio da Luz
    Jogadores do Bayern comemoram um dos gols contra o Barcelona no Estádio da Luz, em Lisboa
    Foto: Rafael Marchante -14.ago.2020/ Reuters

    Na noite de abertura dos confrontos na semana passada, a Atalanta, da cidade de Bergamo – uma das mais atingidas na Itália pela pandemia de Covid-19 – parecia pronta para continuar sua improvável campanha no torneio até que o Paris Saint-Germain encontrou dois gols nos minutos finais e selou sua vitória por 2 a 1.

    O PSG, com Neymar e o campeão mundial Kylian Mbappe na linha de frente, jogará nesta terça-feira (18) contra o RB Leipzig, clube desta cidade no leste do país e de propriedade da empresa de bebidas energéticas Red Bull, que subiu das ligas regionais à elite da Europa em apenas 11 anos e que nocauteou o Atlético de Madrid nas quartas de final.

    A lógica futebolística sugere uma final entre Bayern e PSG , mas depois das surpresas na semana passada, que causou o tipo de repercussão e histórias normalmente reservados para uma Copa do Mundo ou uma Eurocopa, está difícil acreditar nas previsões.

    O que ficou evidente, de qualquer forma, é que os treinadores e as táticas alemãs provaram estar na vanguarda do futebol moderno – três dos quatro técnicos nas semifinais são alemães, com exceção do técnico Lyon, Rudi Garcia, que é francês.

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    É mais do que provável que este formato de disputa seja utilizado apenas neste ano e, assim que as condições de saúde permitirem, a Uefa retome as fases eliminatórias com jogos em casa e fora.

    Embora a nova estrutura do torneio tenha funcionado, ela reduziu o número de jogos que as emissoras têm para gerar receita e a logística de ter oito grupos de torcedores em uma cidade, em uma única semana, provavelmente tornaria a repetição deste modelo impossível.

    Portanto, aproveite enquanto puder – já pode nunca haver uma sequência para este “thriller futebolístico”.

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