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    Guia do Mundial: conheça os adversários do Palmeiras para dominar o planeta

    Palmeiras, Bayern de Munique, Tigres e Al Ahly medirão forças para conquistar o Mundial de Clubes de 2020, disputado no Catar

    Por Diego Freire, , da CNN, em São Paulo

    Há muitos anos a torcida palmeirense canta nos estádios que a Taça Libertadores é uma “obsessão”. E foi com essa devoção que o torcedor alviverde comemorou o título do principal torneio sul-americano há uma semana, no último sábado (30), contra o Santos. 

    Agora, poucos dias depois, o time do técnico português Abel Ferreira já está no Catar em busca de outro troféu pelo qual o clube é obcecado: o do Mundial de Clubes.

    Em apenas dois jogos, esse elenco pode se consagrar ainda mais na história do Palmeiras, mas para isso terá que ser melhor que três adversários gigantes em seus continentes: o mexicano Tigres, entrosado e treinado há uma década pelo brasileiro naturalizado mexicano Tuca Ferretti; o alemão Bayern de Munique, simplesmente o time do melhor jogador do mundo e tantas outras estrelas; e o egípcio Al Ahly, representante de um futebol emergente e dono de uma das torcidas mais apaixonadas do planeta.

    O campeão asiático Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul, e o representante do Catar, Al-Duhail, já ficaram pelo caminho após serem derrotados, respectivamente, pelo Tigres (por 2 a 1) e Al Ahly (1 a 0) na última quinta-feira (4). Antes, o neozelandês Auckland City, da Oceania, já havia desistido de sua vaga para evitar viagens internacionais durante a pandemia de Covid-19. 

    Sem os três clubes do Oriente, o torneio terá, nas semifinais, o confronto entre Palmeiras e Tigres, neste domingo (7), às 15h (horário de Brasília); e, um dia depois e no mesmo horário, o jogo do Bayern de Munique contra o Al Ahly.

    Na quinta-feira (11), enfim, o pódio do Mundial será conhecido: às 12h será realizada a disputa do terceiro lugar e, às 15h, acontece a tão aguarda final.

    Conheça, a seguir, um pouco mais sobre os quatro times que tentarão terminar a semana com o título de “melhor do mundo”.

    Bicampeão da Libertadores, o Palmeiras agora quer conquistar o mundo
    Bicampeão da Libertadores, o Palmeiras agora quer conquistar o mundo
    Foto: Instagram/ Reprodução

    Palmeiras (Brasil)

    É oficial: o Palmeiras jogará na temporada 2020 (encerrada em 2021, como se sabe) todas as partidas possíveis. Além das obrigatórias 38 rodadas do Brasileiro, o clube alviverde jogou 16 vezes no Paulista para se sagrar campeão em cima do rival Corinthians; e 13 vezes na Libertadores para ganhar o título no clássico com o Santos. 

    Na Copa do Brasil, entrou nas oitavas por estar disputando a Libertadores e já garantiu presença na final contra o Grêmio – chegando, assim, a oito partidas no torneio. E no Mundial de Clubes, independentemente do resultado da semifinal contra o Tigres, disputará dois jogos (seja o segundo deles a decisão ou a disputa de terceiro lugar). 

    Serão incríveis 77 partidas oficiais (sem contar, ainda, dois jogos amistosos pela Florida Cup conquistada pelo clube em janeiro de 2020). O Palmeiras chega ao Mundial com o respeitável retrospecto de clube que não sabe o que é ser eliminado de um torneio mata-mata desde 2019. 

    A temporada, porém, não foi toda de glórias. Em outubro, após uma sequência de três derrotas o clube demitiu o treinador Vanderlei Luxemburgo. Mas os períodos de baixa duraram pouco tempo e, já sob o novo comando do português Abel Ferreira, o time alviverde carimbou o seu passaporte para o Mundial no Catar.

    Curiosamente, o atacante Breno Lopes, autor do gol do título da Libertadores, ficou fora da lista principal de 23 convocados para o torneio – o que mostra a quantidade de opções do elenco palmeirense.

    Para ganhar mais uma taça internacional no ano, o time conta com a grande fase do goleiro Weverton; a raça do zagueiro paraguaio Gustavo Gómez; o momento iluminado dos atacantes Rony e Luiz Adriano; e uma geração empolgante de jovens das categorias de base, como Patrick de Paula, Gabriel Menino e Gabriel Verón – entre outras estrelas. 

    Lá se vão mais de oito anos desde a última vez que o titulo mundial escapou das mãos de um europeu, justamente quando o Corinthians, rival do Palmeiras, superou o Chelsea na decisão, em 2012. Será que o embalado time de Abel Ferreira conseguirá repetir a façanha?

    Gignac fez os dois gols do Tigres
    Gignac fez os dois gols do Tigres nas quartas de final contra o Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul
    Foto: Divulgação/Instagram/Tigres

    Tigres (México)

    Se a Libertadores era uma “obsessão” para os palmeirenses, o que dizer da Liga dos Campeões da Concacaf para o Tigres?

    Nos últimos quatro anos, os auriazules haviam sido vice-campeões da competição três vezes (em 2016, 2017 e 2019) e, pior do que isso, carregavam o tabu de nunca ter vencido o torneio continental, enquanto o grande rival da mesma cidade, o Monterrey, já tinha levantado a taça quatro vezes.

    Em 22 de dezembro de 2020, a sofrida espera acabou de forma emocionante: jogando em Orlando, nos Estados Unidos, o Tigres foi campeão continental derrotando de virada o americano Los Angeles FC – por 2 a 1, com gols de Ayala e Ginac nos minutos finais.

    Foi a consagração de um projeto de longo prazo: o clube é comandado desde 2010 pelo brasileiro naturalizado mexicano Tuca Ferretti e tem suas estrelas também há muito tempo no elenco, a começar pelos autores dos gols do título da Concacaf – o zagueiro mexicano Hugo Ayala, há dez anos no time, e também o artilheiro francês André-Pierre Gignac, que integrou a seleção do seu país na Copa do Mundo de 2010 e na Eurocopa de 2016. Ele chegou ao Tigres em 2015, vindo do Olympique de Marselha, e já se tornou lenda em Monterrey.

    Para tentar se tornar o primeiro clube mexicano a atingir uma final de Mundial de Clubes, o Tigres conta com outros experientes jogadores que já defenderam as seleções de seus países e atuam no clube há várias temporadas: são exemplos o goleiro argentino Nahuel Guzmán (no time desde 2014); o lateral mexicano Javier Aquino (desde 2015); e o meia colombiano Luis Quiñones (desde 2016).

    Com um pouco menos de tempo no clube, mas também já ídolos da torcida, o elenco também conta com o zagueiro mexicano Carlos Salcedo (desde 2019) e o volante brasileiro Rafael Carioca, ex-Atlético-MG (desde 2017).

    Em uma década no clube, Ricardo Ferretti já conquistou cinco vezes o Campeonato Mexicano e uma vez a Copa do México, além do título da Liga dos Campeões da Concacaf de 2020 e a histórica campanha do vice-campeonato da Libertadores de 2015 (quando o time eliminou o Inter na semifinal e caiu na decisão diante do River Plate).

    Será que o time tão entrosado e experiente é capaz de acrescentar também o Mundial de Clubes a essa galeria?

    Coman comemora gol do título europeu do Bayern de Munique contra o PSG de Neymar
    Coman comemora gol do título europeu do Bayern de Munique contra o PSG de Neymar
    Foto: UCL/Twitter/Reprodução

    Bayern de Munique (Alemanha)

    Há quem diga que os clubes europeus não se importam tanto com o Mundial de Clubes, mas é difícil imaginar que o papa-títulos Bayern de Munique entre em uma competição sem dar o máximo para acrescentar mais uma taça à sua coleção.

    O clube bávaro chega ao Catar na liderança absoluta da Bundesliga (torneio do qual já é octacampeão consecutivo) e com a força de quem venceu a Liga dos Campeões de 2019/20 com a campanha mais dominante da história: vencendo todas as onze partidas disputadas e com um impiedoso 8 a 2 no Barcelona nas quartas de final. 

    Na atual edição do principal torneio europeu de clubes, o Bayern também está invicto (foram cinco vitorias e um empate na primeira fase, contra o Atlético de Madrid) e é favorito no confronto de oitavas de final contra a Lazio, da Itália, que começa a ser decidido em 23 de fevereiro.

    No comando da equipe desde 2019, o treinador Hans-Dieter Flick, ex-auxiliar de Joachim Löw na seleção alemã (sim, ele estava no 7×1), em pouco tempo já ganhou quase tudo que poderia pelo clube: tem um Campeonato Alemão (2019/20), uma Copa da Alemanha (2019/20), uma Liga dos Campeões da Uefa (2019/20), uma Supercopa da Uefa (2020) e uma Supercopa da Alemanha (2020). O que falta para ele? Um Mundial de Clubes…

    Para conquistar a taça (que seria o quarto título mundial do clube), Flick conta com alguns dos maiores jogadores do mundo na atualidade.

    Pelo menos se considerarmos aquilo que a própria Fifa definiu há pouco mais de um mês: entre os onze nomes da seleção da temporada de 2020, anunciada em dezembro, nada menos que três eram atletas do Bayern: o lateral canadense Alphonso Davies; o zagueiro alemão Joshua Kimmich e o atacante polonês Robert Lewandowski, também eleito o melhor jogador do mundo no último ano. 

    A seleção mundial ainda tinha o meia espanhol de ascendência brasileira Thiago Alcântara, que recentemente deixou o Bayern para reforçar o Liverpool. A baixa é sentida, mas não muda o poderio do elenco alemão, que ainda tem outros astros que fizeram história pela seleção do país, como o goleiro Manuel Neuer, o zagueiro Jérôme Boateng; o ala Serge Gnabry e o meia-atacante Thomas Müller.

    E ainda há os astros de outras seleções, como os franceses Pavard e Lucas Hernandez; os espanhóis Javi Martínez e Marc Roca; o austríaco Alaba; além, claro, do brasileiro Douglas Costa.

    Mas, como consolo aos outros clubes do torneio, fica a lembrança de que, apesar do elenco estrelado, o Bayern não é imbatível e foi recentemente lembrado disso. Em 13 de janeiro, jogando com alguns de seus astros, o clube foi surpreendido na segunda rodada da Copa da Alemanha e eliminado nos pênaltis pelo desconhecido Holstein Kiel, da segunda divisão alemã. 

    Para Palmeiras, Tigres e Al Ahly fica o sonho de repetir o feito do Holstein Kiel, hoje terceiro colocado da Bundesliga 2. 

     

    Al Ahly foi campeão africano contra o rival Zamalek
    Al Ahly foi campeão africano contra o rival Zamalek
    Foto: Instagram/ Reprodução

    Al Ahly (Egito)

    Não há como questionar que o Bayern (com seis títulos da Champions League), o Palmeiras (duas Libertadores) e o Tigres (pela primeira vez campeão da Concacaf) são gigantes em seus continentes, mas nenhum deles tem a supremacia do Al Ahly na África: na temporada 2019/20, o clube egípcio conquistou pela nona vez o título de melhor clube africano, batendo na final o Zamalek, seu rival local da região metropolitana do Cairo.

    Com uma das maiores e mais apaixonadas torcidas do mundo, o Al Ahly jogará a semifinal do Mundial de Clubes pela terceira vez em seis participações, mas essa será a primeira oportunidade em que enfrentará um europeu. Antes, os egípcios estiveram duas vezes no caminho de clubes brasileiros que, curiosamente, depois se sagraram campeões do mundo – e, em ambas as oportunidades, fizeram jogos duríssimos.

    Em 2006, o Al Ahly perdeu por 2 a 1 para o Internacional, que venceu com gols de Alexandre Pato e, do hoje atacante do Palmeiras, Luiz Adriano. Seis anos depois, em 2012, novamente o time africano fez partida dura na semifinal e caiu por 1 a 0 diante do Corinthians, que marcou com o peruano Paolo Guerrero.

    Agora sob o comando do sul-africano Pitso Mosimane, o maior vencedor do futebol egípcio tentará mais uma vez deixar uma boa impressão no Mundial de Clubes contando com diversos jogadores da seleção do país, que em 2018 encerrou jejum de 28 anos e jogou a Copa do Mundo. 

    Entre os atletas da seleção nacional, podem ser destacados nomes como o do goleiro Mohamed El Shenawy, capitão da equipe; o meia Hussein El Shahat; o jovem meia-atacante Mohamed Magdy, uma das maiores promessas do futebol egípcio, o também jovem atacante Taher Mohamed e o experiente centroavante Marwan Mohsen.

    Mas o clube também conta com destaques de outras seleções africanas, como o zagueiro marroquino Badr Benoun e o lateral tunisiano Ali Maâloul, ambos convocados para suas seleções na Copa do Mundo de 2018; além do meia malinês Aliou Dieng; e os atacantes Walter Bwalya, da República Democrática do Congo; e Junior Ajayi, nascido na Nigéria. 

    Por muito pouco, o clube não levou ao Mundial um nome conhecido dos brasileiros: o atacante angolano Geraldo, ex-Coritiba, Paraná e Atlético-GO, que se transferiu recentemente para o futebol turco.

    O desafio de eliminar o Bayern de Munique é o maior da história de 113 anos do Al Ahly, mas garra não faltará aos egípcios, que já deixaram pelo caminho o atual campeão catari Al-Duhail, que teve em campo o ponta brasileiro Dudu – justamente um grande ídolo da torcida palmeirense que deixou o clube em 2020, antes da conquista da Libertadores.

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