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    Conselho de Ética da CBF deve ouvir denunciante, testemunhas e Caboclo

    Decisão sobre relator do caso pode sair ainda nesta segunda-feira (7)

    Pedro Duran, da CNN, no Rio de Janeiro

     

    A Comissão de Ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deve ouvir nos próximos dias a denunciante que apresentou relatos e provas de supostos episódios de assédio moral e sexual contra o presidente da confederação, Rogério Caboclo. As provas apresentadas por ela foram o que levou a comissão a afastar o presidente por 30 dias nesse domingo (6).

    A mulher que apresentou a acusação trabalha há 9 anos na CBF e deve ser a primeira a ser ouvida. Na sequência, a tendência é que o conselho chame testemunhas e o próprio Caboclo para se explicar sobre o que foi apresentado por ela na última sexta-feira (4) e eventuais relatos que podem ser narrados em depoimento.

    Antes disso, o processo passará por uma etapa importante: a escolha do relator da Câmara de Investigação, que reunirá num documento tudo que julgar conveniente sobre o processo. Se ele entender que as denúncias são procedentes, sugere que elas sigam para a Câmara de Julgamento, onde seria definida uma eventual punição. O processo corre sob sigilo, mas a CNN conseguiu detalhes dos próximos passos com fontes ligadas ao Conselho de Ética.

    Entre as sanções previstas no Código de Ética ainda estão advertência reservada ou pública, demissão por justa causa, multa de até R$ 500 mil, suspensão por até 10 anos das atividades relacionadas ao futebol brasileiro, proibição de acesso aos estádios ou de qualquer atividade relacionada ao futebol por até 10 anos e banimento. A Comissão de Ética ainda pode recomendar ao órgão apropriado da CBF que avise à Justiça e à polícia sobre a investigação interna.

    A Comissão de Ética não é da CBF, é autônoma e independente. Justamente por isso, há entre os membros delegados de polícia e advogados. Enquanto Caboclo está afastado, o vice-presidente Antônio Carlos Nunes assume o posto. Coronel da reserva, o militar tem 82 anos e já comandou a entidade.

    Os advogados de Rogério Caboclo negam que ele tenha cometido qualquer tipo de assédio ou abuso e dizem que eles vai provar sua inocência ao longo desse processo. 

    Presidente da CBF, Rogério Caboclo
    Presidente da CBF, Rogério Caboclo
    Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

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