Uefa convoca reunião de crise após anúncio de criação da Superliga
A liga dissidente, anunciada neste domingo (18), tem sido criticada pelas autoridades do futebol, por torcidas organizadas e por políticos de toda a Europa
A Uefa, entidade que governa o futebol europeu, realizará uma reunião de crise nesta segunda-feira (19), horas após 12 clubes do continente chocarem o mundo do futebol anunciando a formação de uma competição dissidente, que batizaram de Super Liga.
Também nesta segunda, o banco de investimento JP Morgan confirmou que está financiando a nova liga, que inclui times como Real Madrid e Manchester United, e pretende rivalizar com a tradicional Liga dos Campeões da Uefa.
O rompimento foi muito criticado pelas autoridades do futebol, por torcidas organizadas e por políticos de toda a Europa.
Uma batalha acirrada pelo controle do esporte e sua renda lucrativa começou com uma carta enviada pelos 12 clubes à Uefa nesta segunda, na qual disseram que adotarão medidas legais em tribunais para protegerem seus interesses à medida que organizam a nova liga.
A Reuters teve acesso a carta, que diz ser uma resposta ao comunicado deste domingo (18) no qual a Uefa disse que “analisará todas as medidas disponíveis a nós, em todos os níveis, tanto judiciais quanto esportivos, de forma a impedir que isto [a nova liga] aconteça”.
A Uefa ainda disse que os times envolvidos “serão proibidos de jogar em qualquer outra competição em nível doméstico, europeu ou mundial, e seus jogadores podem ser privados da oportunidade de representar suas seleções”.
A carta da Super Liga diz que estas declarações “nos induzem a adotar medidas de proteção para nos poupar de uma reação tão adversa, que não somente ameaçaria o compromisso de financiamento do fundo (do JP Morgan), mas seria ilegal, o que é significativo”.
“Por esta razão, a SLCo (Companhia Super Liga) apresentou uma moção aos tribunais relevantes para garantir o estabelecimento e a operação da competição sem sobressaltos de acordo com as leis aplicáveis.”
No passado, ameaças de ruptura levaram a concessões entre a Uefa e os grandes times da Liga dos Campeões, a competição de clubes de elite da Europa, quanto ao formato e à distribuição da renda.
Mas esta é a primeira vez que os times mais ricos vão além das ameaças e dão um passo adiante criando uma nova liga de sua propriedade e anunciando planos concretos para organizar uma competição rival.
Ainda na liga inglesa, Liverpool, Arsenal, Manchester City, Chelsea e Tottenham Hotspur endossaram os planos. Entre os espanhóis, Barcelona e Atlético de Madri apoiam a iniciativa, e Milan, Inter de Milão e Juventus compõem o trio de times italianos interessados.
O Paris St Germain e o atual campeão europeu Bayern de Munique não aderiram.