Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    País está longe de poder flexibilizar, diz médico sobre volta aos estádios

    “Vamos ter que aprender a viver nessa fase de adaptação, e adaptação é possível num ambiente mais controlado", falou o infectologista Alexandre Naime Barbosa

    Da CNN, em São Paulo

    Após a aprovação do protocolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para o retorno do público aos estádios, a Federação Paulista de Futebol (FPF) afirmou que a autorização “depende do aval das autoridades públicas estaduais e municipais”.

    Para a FPF, a presença dos torcedores só deve ocorrer “caso haja uniformidade de decisões por parte dos Estados que tenham equipes envolvidas na competição”.

    Segundo o infectologista Alexandre Naime Barbosa, diante do cenário atual, sob o ponto de vista médico, não é possível a flexibilização de atividades não essenciais.

    “Infelizmente o Brasil ainda vive uma realidade epidemiológica como um todo, como nação, com cerca de 30 mil casos e 700 óbitos por dia, ainda muito distante de uma possibilidade de flexibilização que não inclua atividades essenciais”, disse em entrevista à CNN.

    “Em muitos estados onde se coloca a ciência antes dos interesses econômicos, infelizmente, essa flexibilização não é possível, porque apesar de o número de transmissão estar caindo, na grande parte dos estados, ela ainda é muito alta”, argumentou.

    Com a aprovação do plano apresentado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo Ministério da Saúde, a abertura dos estádios poderá contar com até 30% da capacidade, a partir de outubro, para os jogos das Séries A e B do Campeonato Brasileiro e para a Copa do Brasil.

    Assista e leia também:

    Após aprovação de protocolo da CBF, FPF se posiciona contra volta de torcedores

    Pesquisadores dizem que liberar público em estádios é ‘contra o bom senso’

    “Alguns estados têm situação diferente de outros e, obviamente, essas medidas precisam ser regionalizadas”, falou ele, citando Santa Catarina, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Ceará como regiões que estão tendo queda de novos casos e óbitos pela Covid-19.

    “Mas Rio de Janeiro, Bahia, Bahia, Maranhão, Pernambuco e Rio Grande do Norte estão em tendência de alta”, ponderou.

    E fica a dúvida, pontua o especialista, se, apesar do protocolo da CBF colocar regras que, em teoria, impediriam ou dificultariam a transmissão nos estádios, será que a fiscalização vai evitar a aglomeração que vemos frequentemente? E fora dos estádios? Lembrando que os torcedores têm que se deslocar, em massa, para chegar aos jogos.

    Barbosa também lembrou que o país vai ter que conviver bastante tempo ainda com a flexibilização até que surja uma vacina efetiva para a Covid-19. 

    “Vamos ter que aprender a viver nessa fase de adaptação. E adaptação é possível num ambiente mais controlado. Escola ou cinema é muito mais fácil de fiscalizar do que uma torcida de futebol, onde você tem grandes emoções durante um jogo”.

    (Edição: Sinara Peixoto)

    Tópicos