Atos do 8/1: PM-DF se omitiu com propósito de aderir a um golpe, diz subprocurador-geral da República à CNN
Na manhã desta sexta, a Polícia Federal (PF) cumpriu sete mandados de prisão e sete de busca e apreensão em operação que investiga os atos criminosos de 8 de janeiro
A PM-DF se omitiu nos atos de 8 de janeiro com o “propósito de aderir a um golpe de Estado“, disse à CNN Carlos Frederico Santos, subprocurador-geral da República e autor da denúncia contra comandantes da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF).
“Explicando de forma que todos podem compreender, eles [PM-DF] se omitiram daquilo que deveriam fazer com o objetivo de aderir a golpe de Estado, aos propósitos da turma que entrou na Praça dos Três Poderes“, afirmou.
“Com base nos dados que nós obtivemos, identificamos os atos praticados de omissão da Polícia Militar, deixando de fazer aquilo que deveriam ter feito, aquilo que a Constituição prevê. Ou seja, preservar o patrimônio público, proteger a sociedade, e isso ela não fez. Ela aderiu aos golpes e facilitou a entrada do pessoal na Praça dos Três Poderes”, acrescentou.
Na manhã desta sexta, a Polícia Federal (PF) prendeu o atual Comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Klepter Rosa, em operação que investiga os atos criminosos de 8 de janeiro. O ex-comandante da PMDF, coronel Fabio Augusto Vieira, também está entre os presos.
Além deles, outros coronéis são alvos da operação. Os agentes cumpriram sete mandados de prisão e sete de busca e apreensão em regiões do DF.
Segundo o subprocurador, os comentários feitos por oficiais da PM demonstravam “índole” de romper com o Estado Democrático de Direito, e a falta de planejamento para o 8 de janeiro demonstrou essa adesão aos atos.
“Os atos passaram a ser comentados por esses coronéis que foram presos, e eles comentavam sobre isso com índole de aderir à ruptura do Estado Democrático de Direito, isso é claro no diálogo deles.”
“Para os atos do dia 8, eles estavam aderindo àquilo que eles queriam, aquilo que eles almejavam em fazer, desconstituir aquele poder que foi legitimamente eleito nas eleições. Eles não fizeram um planejamento adequado.”
Em nota, a PMDF informou que a Corregedoria da Corporação acompanha o andamento da operação. Também em nota, o Governo do Distrito Federal informou receber “a decisão com acato e respeito, aguardando o desfecho do inquérito” e que “participa com informações e diligências para que o processo em curso ocorra da forma mais justa e célere possível”.
