Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Trump muda discurso, condena ataque ao Capitólio e admite transição para Biden

    Presidente fala em momento de 'cura' e acena a apoiadores, dizendo que 'jornada apenas está começando'

    Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo

    Pressionado por aliados, assessores e parlamentares, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou a sua volta ao Twitter na noite desta quinta-feira (7) para divulgar um vídeo em que muda o discurso a respeito da invasão ao Capitólio.

    O presidente ainda afirmou que, após a certificação dos resultados pelo Congresso, permitirá a transição para o governo do presidente eleito Joe Biden.

    “Uma nova administração começará no dia 20. Meu foco estará em uma transição de poder suave, ordeira e imperceptível. Esse momento pede por cura e reconciliação. 2020 foi um ano desafiador para o nosso povo”, afirmou Trump na gravação. 

    Assista e leia também:

    Promotores abrem 15 processos sobre motim nos EUA e investigam papel de Trump

    O que é QAnon e como surgiu o grupo ligado à invasão no Capitólio

    Temores sobre instabilidade de Trump assombram os últimos dias de seu mandato

    No discurso, Donald Trump critica os manifestantes da quarta-feira (6) e defende punição a quem participou do ato de invasão ao Capitólio.

    “Aos que se engajaram em atos de violência e destruição: Vocês não representam o nosso país. Aos que desrespeitaram a lei, vocês irão pagar”, disse o presidente americano.

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
    Foto: Reprodução (07.jan.2021)

    Trump voltou a contestar o resultado das eleições, razão justificada pelos manifestantes para invadir a sede do Congresso dos EUA, mas adotou um tom mais ameno. Em vez de falar em “eleição roubada”, o presidente disse que a sua campanha se limitou a questionar legalmente os resultados. 

    “Meu único objetivo era o de garantir a integridade do voto e defender a democracia americana”, argumentou. “Acredito fortemente que devemos reformar nossas leis eleitorais, garantindo a confiabilidade dos eleitores e a segurança das futuras eleições”, prosseguiu.

    Ao se despedir de seus apoiadores, Donald Trump disse que sabe que eles estão “desapontados”, mas deu a entender que não pretende encerrar a sua carreira política no dia 20. “A nossa jornada está apenas começando”, disse o presidente.

    Reações

    A postura do presidente Donald Trump de leniência com os manifestantes ao longo da quarta-feira provocou reações mesmo entre apoiadores leais, assim como opositores e as próprias redes sociais.

    O novo vídeo de Trump foi divulgado na volta do presidente ao Twitter, rede da qual foi suspenso após sucessivas postagens serem identificadas como ferindo as regras da rede, seja por incitação a violência ou pelo compartilhameno de informações contestadas ou tidas como falsas.

    Deputados, procuradores e até um grupo de empresários chegaram a pedir ao vice-presidente Mike Pence que invocasse a 25ª emenda, dispositivo legal pelo qual o número 2 da Casa Branca poderia convocar o gabinete federal ou o Congresso para declarar o presidente como incapaz de governar.

    Mais cedo nesta quinta, a presidente da Câmara dos Representantes, a deputada democrata Nancy Pelosi, falou que abriria um processo de impeachment contra Trump caso Pence não adotasse essa medida. Com apenas 13 dias de mandato restante, praticamente não há tempo para um impedimento do presidente.