Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    EUA: Reverendo Warnock será primeiro senador negro da história da Geórgia

    Segundo turno das eleições para o Senado no estado tradicionalmente republicano aconteceu nesta terça (5)

    Veronica Stracqualursi, da CNN

    O reverendo Raphael Warnock entrará para a história ao se tornar o primeiro senador negro da Geórgia e o primeiro democrata negro a representar um estado do sul no Senado dos Estados Unidos.

    Depois de tomar posse, Warnock será o 11º afro-americano a servir no Senado do país – um grupo que inclui o ex-presidente Barack Obama, que foi senador do estado de Illinois, e a vice-presidente eleita Kamala Harris, que é senadora da Califórnia.

    Leia também:

    EUA: Eleição na Geórgia decide se Senado terá maioria republicana ou democrata

    Congresso dos EUA certifica hoje vitória de Biden no colégio eleitoral; entenda

    Raphael Warnock, o primeiro senador negro da Geórgia
    Raphael Warnock, o primeiro senador negro da Geórgia
    Foto: Sanjeev Singhal/The News Access/Cover Images/AP Images (4.jan.2021)

    A CNN projetou na manhã de quarta-feira (6) que Warnock derrotou a atual senadora republicana Kelly Loeffler e ganhou o assento no Senado com a ajuda de eleitores negros da área metropolitana de Atlanta, o berço do Movimento pelos Direitos Civis, e dos subúrbios.

    A projeção de vitória de Warnock é um avanço importante para os afro-americanos na política sulista. A vitória do reverendo é o ápice de anos de campanha pelo registro de eleitores, promovido pela ex-líder democrata estadual Stacey Abrams e outros ativistas negros que também ajudaram a campanha democrata na Geórgia nas últimas eleições presidenciais. Warnock também será o primeiro democrata da Geórgia no Senado em 20 anos.

    Um assessor de campanha de Warnock disse a Kyung Lah da CNN que a campanha acredita que, no segundo turno, os eleitores democratas foram mais levados a votar em Warnock por causa de sua mensagem e pela esperança de eleger o primeiro senador negro da Geórgia, do que por raiva do presidente Donald Trump.

    “O que adoro nos Estados Unidos é que sempre temos um caminho para tornar a nação ainda maior. Amo este país. Eu amo este país porque sou uma versão do sonho americano”, disse Warnock durante um comício de campanha no início deste mês em Macon, Geórgia.

    Warnock cresceu em Savannah, Geórgia, em um conjunto de habitação popular, sendo o 11º de 12 filhos. Ele se formou na Morehouse College, uma faculdade historicamente negra em Atlanta. Além disso, é o pastor sênior da Igreja Batista Ebenezer de Atlanta, onde Martin Luther King Jr. pregava.

    O pai de Warnock, o falecido reverendo Jonathan Warnock, nasceu em 1917 durante a época de segregação racial institucionalizada em vários estados dos EUA, e lutou na Segunda Guerra Mundial. Warnock contou a história de como seu pai, vestido com seu uniforme militar, foi convidado a ceder seu assento em um ônibus a um adolescente branco.

    “Ele nunca se rendeu à amargura, nunca cedeu ao ressentimento”, disse Warnock em seu comício na cidade de Macon. “Ele me ensinou a amar os EUA porque ele viveu o suficiente para ver o arco da mudança em sua própria vida, e ele sabia que se trabalhássemos duro o suficiente para que, juntos, construíssemos uma coalizão multirracial de consciência, poderíamos fazer mudanças que permitiriam o país ser tão bom quanto seus ideais”.

    A mãe de Warnock, a reverenda Verlene Warnock, cresceu em Waycross e trabalhou colhendo algodão e tabaco na década de 1950.

    Em um discurso na terça-feira (5) à noite, Warnock agradeceu aos apoiadores, prestou homenagem à sua mãe, destacou a história de sua família e como sua candidatura é emblemática do sonho americano.

    “Porque esta é a América, os homens de 82 anos que costumavam colher algodão para outras pessoas foram às urnas e escolheram seu filho mais novo para ser senador dos Estados Unidos”, disse Warnock em seu discurso.

    “Estou aqui diante de vocês como um homem que sabe que a jornada improvável que me trouxe a este lugar, neste momento histórico da América, só poderia acontecer aqui”, acrescentou.

    (Com informações de Alex Rogers e Caroline Kenny, da CNN. Texto traduzido, leia o original em inglês)

    Tópicos