Em meio à polarização acirrada, OEA acompanha eleições nos EUA

A Organização dos Estados Americanos (OEA) acompanha, por meio de uma Missão de Observação Eleitoral, o processo de votos que vai eleger o próximo presidente dos Estados Unidos. Desde sexta-feira (30), especialistas e autoridades da organização se atentam à questões referentes ao processo eleitoral que tem Donald Trump e Joe Biden como candidatos. Com uma primeira participação em 2016, esta é a segunda vez que a OEA monitora o pleito norte-americano. 

Apesar de mais de 95 milhões de americanos já terem votado de forma antecipada por conta da pandemia, o dia oficial da eleição é nesta terça-feira (3), e existe um temor pelo surgimento de episódios de violência. Desde o começo da campanha, o presidente e candidato à reeleição Donald Trump lança dúvidas sobre a integridade das eleições e afirma, sem apresentar provas, que pode haver fraude nos votos por correio, que foram incentivados por conta da Covid-19. 

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No domingo (1º), Trump afirmou que vai enviar um esquadrão de advogados quando o depósito de votos for encerrado na terça (3) para que o resultado seja liberado rapidamente.

Em um afastamento da tradição política americana, Trump vem argumentando há meses que, caso Biden vença, a eleição terá sido “fraudada” contra ele. Questionado diversas vezes pela imprensa, o republicano também se recusou a garantir uma transferência pacífica de poder.

Neste contexto de América dividida, Biden cancelou dois eventos de campanha após uma caravana de veículos com bandeiras de apoio à Trump invadir um ônibus que transportava membros da campanha democrata no Texas, na sexta (30). O FBI investiga o ocorrido. 

Chefiada pelo Secretário-Geral, Luis Almagro, a missão da OEA é formada por 28 especialistas e observadores de 13 nacionalidades que estarão destacados nos estados de Iowa, Michigan, Geórgia, Maryland e no distrito de Columbia. Eles farão o acompanhamento de questões relacionadas à organização e à segurança do processo eleitoral. 

Os membros visitam, desde sábado (31), diversos centros de votação para observar se os protocolos de saúde por conta da pandemia, como o distanciamento e o uso de máscaras, estão sendo seguidos. 

Durante os próximos dias, a missão vai se reunir virtual e pessoalmente com autoridades eleitorais, funcionários do governo, representantes dos partidos Republicano e Democrata e outras partes interessadas para uma análise completa dos aspectos técnicos do processo.

Criada em 1948, a OEA é vista como um órgão de monitoramento da democracia nos países de toda a América. Após as eleições dos EUA, o órgão deve apresentar um relatório preliminar com suas observações e recomendações sobre o processo eleitoral. 

(*Sob supervisão de Julyanne Jucá)