Em documentos internos, embaixada dos EUA ignora vitória de Biden
Os textos, segundo relatos de diplomatas com quem a CNN conversou, fazem apenas uma descrição de que veículos de imprensa fazem a projeção da vitória dele
Os primeiros documentos elaborados pela Embaixada do Brasil em Washington encaminhados a diplomatas nesta segunda-feira ignoram a vitória do democrata Joe Biden nas eleições americanas.
Os textos, segundo relatos de diplomatas com quem a CNN conversou, fazem apenas uma descrição de que veículos de imprensa fazem a projeção da vitória dele sobre Donald Trump, mas que a contagem de votos continua ocorrendo em vários estados e que haverá manifestação judicial por parte do presidente americano.
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Também analisam a estratégia do partido republicano na judicialização do processo eleitoral. Diz que a suspeita de fraude não é encampada apenas por Trump, mas por outras importantes lideranças do partido, como Ted Cruz e Marco Rubio.
É, portanto, a concretização da linha adotada até agora pelo Palácio do Planalto de não reconhecer Biden ainda como presidente eleito. Segundo uma fonte do governo, nenhum contato foi feito ainda com a campanha democrata.
Diplomatas que tiveram acesso a esse documento são unânimes em afirmar que o atraso no reconhecimento a Biden pode trazer algum tipo de prejuízo para o país.
Avaliam que pode-se não reconhecer um presidente eleito quando há denúncias de fraude mas não quando a ampla maioria dos países do mundo estão reconhecendo e até mesmo aqueles países sob comando da direita como Índia, Hungria, Polônia, Chile e Uruguai.
Dizem ainda que não que democratas considerem necessário esse reconhecimento, mas que o atraso em reconhecer acaba virando notícia e chegando à campanha de Biden e pode sim ser considerado quando a pauta na mesa for questões brasileiras.
Avaliaram também que o Brasil não tem o mesmo tamanho geopolítico de outros países que também não reconheceram Biden, como China e Rússia.
Ou seja, não se pode dar a esse luxo uma vez que o Brasil precisa mais dos Estados Unidos do que os Estados Unidos do que os Estados Unidos do Brasil e que esse gesto cobrará sua fatura quando houver uma agenda de interesse do Brasil na mesa com os americanos.