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    Trump troca oficiais da Defesa por nomes leais a ele e liga alerta no Pentágono

    Depois de demitir o secretário da Defesa Mark Esper, Casa Branca troca ex-assessores dele por nomes considerados próximos ao presidente

    O presidente dos EUA, Donald Trump
    O presidente dos EUA, Donald Trump Foto: Carlos Barria / Reuters

    Da CNN, em São Paulo

    O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou mudanças nos principais postos civis do Departamento de Defesa, retirando algumas das autoridades mais experientes e as substituindo por outras consideradas leais a ele.

    As mudanças acontecem três dias depois de as projeções feitas pela CNN e demais veículos considerarem o candidato democrata Joe Biden como vencedor das eleições presidenciais de 2020. Trump não reconhece o resultado e sustenta alegações de suposta fraude.

    As trocas foram anunciadas pelo Departamento de Defesa cerca de 24 horas depois de Trump demitir seu secretário da Defesa, Mark Esper, o que acendeu um estado de alerta no Pentágono e criou uma tensão entre oficiais militares e civis sobre o que o presidente americano fará a seguir.

    Altos funcionários do governo lidaram nos últimos anos com o estilo imprevisível de Donald Trump na tomada de decisões, mas a avaliação é o que atual nível de incerteza cresce de forma constante desde as eleições.

    Quatro importantes lideranças civis foram demitidas ou renunciaram desde segunda-feira (9), incluindo Esper, seu então chefe de gabinete e os oficiais que comandavam a supervisão da política e dos trabalhos de inteligência.

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    O cargo de secretário de Defesa foi assumido, após a saída de Esper, por Cristopher Miller, que era diretor do Centro Nacional de Combate ao Terrorismo. O âncora da CNN Jake Tapper apurou com fontes que a Casa Branca agora parece buscar retirar dos cargos nomes que assessoravam o ex-secretário.

    Os substitutos são considerados leais a Donald Trump, incluindo o general Anthony Tata, uma figura controversa que dissemina teorias da conspiração e já chamou o ex-presidente Barack Obama de “terrorista”.

    Em publicações de 2018 nas redes sociais, Tata classificou Obama como um “líder terrorista”, que teria agido contra os Estados Unidos, segundo ele, para “ajudar países islâmicos, mais do que qualquer presidente na história”.

    Anthony Tata assumiu um dos principais postos do Pentágono, substituindo James Anderson, que pediu demissão nesta terça-feira (10), segundo outro oficial. Tata foi indicado para ser subsecretário de políticas de defesa neste ano, mas o seu nome foi retirado após enfrentar oposição de ambos os principais partidos.

    Christopher Miller
    Christopher Miller, secretário da Defesa dos Estados Unidos interino
    Foto: Joshua Roberts/Pool

    Não está claro se James Anderson saiu porque quis ou se ele foi instado a renunciar. Em mensagem de despedida a assessores, ele afirmou o seguinte: “Saio sabendo que o time irá perseverar, independentemente do que virá adiante. Eu encorajo todos que permaneçam focados na missão, apolíticos e que nunca esqueçam os deveres do cargo”.

    Trocas

    Ele não foi o único a deixar o Departamento de Defesa. O vice-almirante aposentado Joseph Kernan, que era subsecretário de Defesa para a Inteligência, também deixou o cargo, segundo informou outra autoridade do departamento. Não está claro imediatamente se Kernan pediu demissão ou foi demitido, mas a sua saída está sendo acelerada.

    O chefe de gabinete do secretário Christopher Miller será Kash Patel, segundo fontes internas. Patel, que recentemente atuou como diretor sênior de contraterrorismo do Conselho Nacional de Segurança, é uma figura controversa que já trabalhou no Comitê de Inteligência da Câmara, assessorando o deputado republicano Devin Nunes, da Califórnia.

    Kash Patel foi um dos nomes citados durante o inquérito de impeachment que o presidente Donald Trump enfrentou no ano passado. O nome dele foi mencionado durante a investigação de um suposto atraso intencional de ajuda militar dos Estados Unidos para a Ucrânia.

    Trump enfrentou um processo de impeachment diante da acusação de que teria pressionado o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a abrir uma investigação sobre os negócios de Hunter Biden no país.

    A suspeita era de que Trump teria utilizado o cargo para fins político-eleitorais, uma vez que Hunter é filho do presidente eleito Joe Biden, então pré-candidato pelo Partido Democrata. O impeachment foi aceito pela Câmara, mas derrubado pelo Senado, de maioria do Partido Republicano.

    Quem também ganhou um novo cargo no departamento de Defesa é Ezra Cohen-Watnick, que assume interinamente o posto que era ocupado por Joseph Kernan, como secretário de Defesa para inteligência e segurança.

    Cohen-Watnick ficou conhecido em março de 2017, por um suposto fornecimento de materiais de inteligência para o já citado deputado Devin Nunes. Quando o ocupava a coordenação dos grupos de inteligência da Câmara, o parlamentar acusou oficiais de investigarem indevidamente pessoas próximas ao presidente Donald Trump.

    Informações de Barbara Starr, Zachary Cohen, Ryan Browne, Jake Tapper, Em Steck, Andrew Kaczynski, Nathan McDermott e Nicole Gaouette, da CNN. Leia reportagem original da CNN americana, em inglês.