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    Caso Robinho: STJ nega recurso e destrava julgamento do ex-jogador

    Com a decisão da Corte, magistrados poderão analisar a transferência do cumprimento da pena do ex-atleta, condenado na Itália, para o Brasil

    Da CNN

    O Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu nesta quarta-feira (16) um pedido feito pela defesa do ex-jogador Robinho para que o governo da Itália envie a cópia integral e traduzida do processo que levou à condenação do ex-atleta a nove anos de prisão por estupro no país europeu.

    Com a decisão da Corte Especial do STJ, formada pelos 15 ministros mais antigos, o julgamento do caso foi destravado. Agora, a defesa de Robinho terá 15 dias para recorrer contra homologação da sentença e, em caso positivo, para transferência da execução da pena para o Brasil.

    O tribunal ainda não analisou a transferência do cumprimento da pena aplicada ao ex-jogador.

    A defesa do ex-jogador argumentava que os documentos fornecidos até agora são insuficientes para que ocorra a homologação de decisão estrangeira – um processo para que sentenças produzidas no exterior possam ter efeito no Brasil.

    Como o Brasil não extradita cidadãos do país, a Justiça italiana pediu a homologação de sua decisão, para que Robinho cumpra pena aqui.

    O processo definido nesta quarta esteve sob relatoria do ministro Francisco Falcão, que negou anteriormente outro recurso da defesa para que a Justiça italiana enviasse uma cópia integral, além de uma versão traduzida do processo.

    O caso Robinho

    Em 2017, Robinho foi condenado na Itália a nove anos de prisão por participação em estupro coletivo contra uma jovem de origem albanesa em uma boate, ocorrido em 2013. O brasileiro recorreu da sentença e, em janeiro de 2022, foi condenado em última instância, não cabendo mais recursos.

    A Justiça italiana pediu que Robinho cumpra a pena no Brasil, uma vez que o país não extradita cidadãos brasileiros. Em fevereiro de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) concordou em transferir a pena.

    Cabe agora ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisar a sentença italiana. O STJ vai avaliar apenas se a decisão atende os requisitos para ser cumprida no Brasil, e não o mérito do caso em si.

    A garota identificou outros quatro homens (Rudney Gomes, Clayton Santos, Alexsandro da Silva e Fabio Galan) na noite em que foi abusada.

    Veja também — Robinho sobre vítima de estupro: Não estou nem aí

    Mudança de versão

    Aviso: o conteúdo abaixo contém linguagem forte e relatos de abuso sexual e pode servir como gatilho

    Robinho mudou a versão de como teria se relacionado com a vítima. O ex-jogador reconheceu, em áudio enviado a Ricardo Falco, que fez sexo com penetração com a mulher que o denunciou.

    As conversas entre os dois foram divulgadas pelo podcast UOL Esporte Histórias. O material deu base para a investigação e condenação dos brasileiros na Justiça da Itália.

    Em um primeiro momento, o ex-jogador nega que se envolveu com a garota. Depois, assume que fez sexo oral, mas com consentimento da vítima. Por fim, ele assume que fez sexo com penetração.

    “É, eu comi, pô! Porque ela quis. Aonde (sic) eu forcei a mina? Eu comi a mina, ela fez chupeta para mim e depois saí fora”, diz Robinho para Ricardo Falco.

    Vídeo — Áudios vazados de Robinho não interferem em julgamento do STJ, diz especialista

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN

    *com informações de Mathias Brotero, Guilherme Gama, da CNN, e da Redação Itatiaia

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