De Éramos Seis a Dona Benta: os principais papéis de Nicette Bruno
Atriz morreu aos 87 anos, vítima de complicações do novo coronavírus
Em seus mais de 70 anos de carreira, a atriz Nicette Bruno interpretou papéis na TV, no teatro e no cinema que marcaram a vida de milhões de brasileiros nas últimas décadas. A artista morreu neste domingo (20), aos 87 anos, vítima de complicações da Covid-19.
Nicette é parte da televisão desde que as transmissões começaram, estreando junto com a TV Tupi, em 1950. Os papéis marcantes da atriz vão desde Lola Campos de Abílio Lemos, da versão de 1977 de Éramos Seis, até a Dona Benta, de Sítio do Pica-Pau Amarelo (2001-2004).
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Ao site Memória Globo, Nicette Bruno fez uma observação curiosa: no teatro, era conhecida pelos papéis densos e dramáticos. Na TV, se tornou o rosto de personagens bondosos, carinhosos e doces, como a própria Dona Benta.
“No teatro, eu já havia feito muitos personagens fortes, negativos. Na TV, foi engraçado, porque acho que o público não acreditou muito”, afirmou.
Relembre alguns dos principais papéis da carreira da atriz. A sua última atuação para a televisão foi uma participação em mais uma versão de Éramos Seis, de 2020, desta vez com a personagem da Madre Joana.
Éramos Seis (1977)
Livro de Maria José Dupré, lançado em 1943, Éramos Seis é uma das histórias mais vezes contadas em telenovelas: foram cinco.
Na versão de 1977, exibida com sucesso pela Tupi, Nicette Bruno dá a vida à Dona Lola, a matriarca carinhosa que cuida do marido e dos quatro filhos. A novela atravessa a vida de Lola, do início da família até a velhice a viúvez da protagonista.
A atuação rendeu a Nicette o seu primeiro prêmio APCA, como melhor atriz de televisão daquele ano. Ela voltaria a vencer o prêmio dois anos depois, como a Isadora de Como Salvar Meu Casamento, também da Tupi.
Selva de Pedra (1986)
Já na TV Globo, Nicette Bruno viveu Fanny Samar na recriação da trama original de Janete Clair. Fanny era uma personagem descontraída e administradora da Pensão Palácio, que hospeda o casal de protagonistas, vivido pelos atores Tony Ramos e Fernanda Torres.
Rainha da Sucata (1990)
Em Rainha da Sucata, escrita por Silvio de Abreu e exibida a partir de 1990, Nicette Bruno viveu Neiva, a mãe da clássica personagem Maria do Carmo Pereira, a Rainha da Sucata interpretada por Regina Duarte.
Mulheres de Areia (1993)
Em Mulheres de Areia, escrita por Ivani Ribeiro, Nicette Bruno foi Julieta Sampaio, a Juju, dondoca vaidosa e fofoqueira que vive na expectativa da morte do marido, Sampaio (Adriano Reys). Ela acredita que o marido está gravemente doente e passa boa parte do tempo procurando um “substituto”.
Sítio do Picapau Amarelo (2001-2004)
Em 2001, a TV Globo lançou uma nova versão da clássica história do Sítio do Picapau Amarelo, escrita por Monteiro Lobato. Nicette Bruna foi a escolhida para a interpretar a Dona Benta. Ao Memória Globo, ela falou no desafio em equilibrar uma versão do século XXI da personagem com a clássica vovó, símbolo da avó carinhosa, cuidadosa e amável.
“O diretor Roberto Talma queria que a Dona Benta tivesse uma identificação com a criança de hoje, mas preservando a essência da personagem. Achei muito interessante a ideia de ela se comunicar com o Pedrinho via internet, ao mesmo tempo dizendo ao neto: ‘Olha, tem tempo que você não me escreve uma carta ou um bilhete. Não devemos nos comunicar só por meio do computador. A emoção da escrita é muito grande, e eu quero sentir essa sensação’. Fiquei conhecida pelo público como Dona Benta”, conta a atriz.
Interpretando a avó da Narizinho (Isabelle Drummond), Dona Benta foi referência para toda uma geração, que cresceu assistindo ao programa na TV.
Últimas novelas
Em 2005, ela participou da novela Alma Gêmea, de Walcyr Carrasco, uma das maiores audiências da televisão na faixa das 18h. Ela viveu a Ofélia Santini, sogra briguenta do personagem interpretado por Fúlvio Stefanini.
A última novela em que ela atuou do começo ao fim foi em Órfãos da Terra (2019), de Duca Rachid e Thelma Guedes.
Nesta década, ela esteve no remake de Ti Ti Ti em 2010, depois A Vida da Gente (2011), Salve Jorge (2012), Joia Rara (2013), I Love Paraisópolis (2015) e Pega Pega (2017).