Arte, respeito e amor: veja declarações inspiradoras do ator Paulo Gustavo
Em diferentes momentos da carreira, ator e humorista defendeu valores nos quais acreditava e destacou a importância da comédia em sua vida
Tolerância, respeito, amor e, no meio de tudo, o potencial transformador do riso. Estes eram assuntos recorrentes nas declarações públicas do humorista, ator e diretor Paulo Gustavo, que morreu aos 42 anos na noite de terça-feira (4). Casado há seis anos com o médico Thales Bretas e pai de dois filhos, o artista dedicou grande parte da carreira a combater preconceitos e intolerância.
Em uma de suas aparições mais recentes, no especial de fim de ano 220 volts em dezembro de 2020, Paulo Gustavo comoveu fãs ao deixar uma mensagem de esperança e afeto, especialmente durante a pandemia da Covid-19 – infecção que ocasionou sua morte.
Enquanto essa vacina tão esperada não chega para todo mundo, é bom lembrar que contra o preconceito, intolerância, a mentira, a tristeza já existe vacina: é o afeto, é o amor. Então, diga o quanto você ama a quem você ama. Não fica só na declaração, não, gente. Ame na prática, na ação. Amar é ação, amar é arte
Aos 42 anos e responsável por alguns dos maiores fenômenos da comédia nacional no cinema, Paulo também inseriu, em suas produções, pontos autobiográficos sobre sua sexualidade.
Esse momento do casamento trata de uma coisa maior: o orgulho que essa mãe sente ao ver o filho seguir o caminho do amor e casando com quem ele ama! Sendo quem ele quer ser!
A declaração foi feita pelo diretor nas redes sociais em resposta às críticas ao longa “Minha Mãe é uma Peça 3” que, apesar de mostrar um casamento entre homens, não exibe um beijo entre os dois. No filme, o personagem Juliano, que enfrenta barreiras para assumir a homossexualidade, é inspirado no próprio Paulo Gustavo.
O que as pessoas que tanto destilam ódio nas redes sociais fazem pelo próximo, pelo coletivo e fazem de suas próprias vidas? o ódio não soma, não acrescenta, não cria. Já o amor, este sim, germina e multiplica
Disse o ator, ainda sobre sua sexualidade, ao rebater ataques sobre seu posicionamento religioso. Assumidamente ateu, Paulo Gustavo defendeu, em uma cena cômica, o casamento homoafetivo na igreja.
O humor é um gênero muito bom para tocar em assuntos delicados, para exorcizar. Me sinto um privilegiado por ser comediante e ter esse gênero tão forte dentro de mim. O humor cura, transforma, faz a gente refletir
Afirmou o artista antes do lançamento do seu programa, 220 volts, exibido pelo Multishow. Em várias entrevistas e declarações, Paulo Gustavo voltou a refoçar a importância da comédia ao lidar com conflitos e momentos difíceis, inclusive o período de pandemia.
Em seu especial de fim de ano, Paulo Gustavo disse:
Eu faço palhaçada, você ri, eu fico com o coração preenchido aqui. Eu me sinto realizado de estar conseguindo te fazer feliz. Rir é um ato de resistência
Aos 42 anos, o ator deixa filhos gêmeos, Gael e Romeu, de um ano e nove meses, além de familiares, amigos e fãs que lamentam sua partida.