Marco fiscal é capaz de atender governos de diferentes vieses eleitos no Brasil, diz Galípolo
"Número 2" de Haddad no primeiro semestre deste ano, novo diretor do BC disse que ter uma regra com esse aspecto era uma intenção do governo; ele acredita que mercado avalia positivamente o movimento
O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse em evento nesta terça-feira (15) que o novo marco fiscal é capaz de atender governos de diferentes vieses que venham a ser eleitos no Brasil.
“O marco fiscal, do jeito que está ali, independente dos resultados que vierem em outras eleições, ele preserva a possibilidade de abarcar diversos vieses que saiam das urnas. Pode direcionar um aperto maior no gasto ou um Estado que tenha participação maior”, disse.
Galípolo foi o “número 2” de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda durante o primeiro semestre deste ano. Ele disse que produzir uma regra com esse aspecto era uma intenção do governo. Acredita ainda que o mercado avalia positivamente este movimento.
O novo marco fiscal já foi tramitado tanto pela Câmara quanto pelo Senado. Visto que os senadores ajustaram o conteúdo originalmente aprovado pelos deputados, o texto volta a Casa Baixa antes de ser promulgado.
A regra traz instrumentos para controle dos gastos e os combina com metas de primário. Todavia, traz o que chama de “mecanismos anticíclicos”, que permitem balancear estes aspectos em momentos de desequilíbrio econômico (seja positivo ou negativo).
Galípolo no BC
O economista ainda falou sobre seus primeiros meses como parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Ele indica que este vem sendo um período de aprendizado e exaltou a equipe técnica da autarquia.
“Nunca participei de uma reunião tão bem ‘brifada’, em relação a qualidade e quantidade de informação, quanto a do Copom. E isso é resultado de uma capacidade técnica enorme”, disse.
“A cada reunião que faço com os técnicos do Banco Central, eu devia sair com um diplominha de horas de curso. Aprendo demais com a equipe técnica”, completou.
Questionado sobre a possibilidade de o Copom realizar cortes mais robustos na taxa Selic, o diretor afirmou que a ata mais recente é uma boa representação do sentimento entre os membros e que os próximos passos do ciclo de cortes vão depender das variáveis macroeconômicas.
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