PAC de R$ 1,7 trilhão divide alas econômica e política do governo, dizem fontes
Valor pegou integrantes da própria equipe econômica do governo de surpresa, segundo apurou a CNN
O valor de R$ 1,7 trilhão do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pegou a equipe econômica do governo de surpresa, de acordo com integrantes do grupo ouvidos pela CNN. O anúncio, feito na sexta passada (11), leva o carimbo da ala política do governo.
Para fontes da equipe econômica, no entanto, foi amplo demais e passa uma visão artificial sobre o tamanho do programa.
A expectativa, dizem auxiliares do Ministério do Planejamento, era de que o valor anunciado ficasse em R$ 1 trilhão.
No detalhe, a soma leva em conta recursos públicos do orçamento, das estatais, de financiamentos e ainda R$ 612 bilhões do setor privado. Há também valores já incluídos em obras antigas, mas paradas, e outros que levarão anos para serem investidos — podendo ultrapassar o período do mandato atual que se encerra em 2026.
Para integrantes do governo mais críticos, o anúncio gerou dúvidas que deverão ser cobradas dos ministros, em audiências públicas no Congresso, neste semestre.
Há a percepção de que, diante da fragilidade da articulação política, os ministros da área econômica sejam os mais demandados a se explicarem.
O lançamento do PAC foi adiado três vezes pelo governo, sendo confirmado na última sexta-feira (11), em uma cerimônia no Rio de Janeiro. Inicialmente, houve ideia de anunciar o programa com outro nome. Mas por se tratar de uma sigla muito popular, o governo batizou de “Novo PAC”.