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    ‘Terra 2.0’: Conheça os exoplanetas candidatos para abrigar a humanidade

    Astrônomo Cássio Leandro Barbosa estima que em 10 anos ocorra uma 'explosão de descobertas de planetas fora do sistema solar habitáveis'

    Weslley Galzo, da CNN, em São Paulo

    Os avanços das tecnologias de exploração do espaço têm sido cada vez mais velozes, seja para compreender a estrutura planetária de vizinhos da Terra — como faz a sonda Perseverance, enviada a Marte pela Nasa –, ou para identificar potenciais “casas” fora do sistema solar (os exoplanetas) para abrigar a humanidade — as chamadas “novas Terras”. 

    Em entrevista à CNN, o professor de astrofísica do Centro Universitário FEI, Cássio Leandro Barbosa, explica conceitos como exoplanetas e nova Terra, que são muito usados por causa das recentes descobertas das agências espaciais espalhadas pelo mundo.

    O que é uma nova Terra?

    Também pode ser chamado de ‘Terra 2.0’. É um planeta muitíssimo parecido com a Terra, mas que está orbitando outra estrela”, explica Cássio. Esses planetas apresentam água líquida em sua superfície, característica que os tornam habitáveis.

    A Nasa é precursora na investigação e descoberta de novas Terras. Em 2009, a agência espacial norte-americana lançou a missão Kepler, uma sonda posicionada em um observatório no espaço, cuja missão foi “pesquisar a região da Via Láctea para descobrir centenas de planetas menores e do tamanho da Terra na zona habitável ou perto dela”.

    A Nasa aposentou o satélite em 2018 alegando falta de combustível para a realização de operações científicas.

    O Kepler, no entanto, em seus nove anos de vida, deixou um legado de mais de 2.600 descobertas de planetas fora do nosso sistema solar, sendo que parte considerável oferece condições habitáveis.

    Depois dele vieram outras sondas importantes, como o TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) cuja função é buscar exoplanetas em trânsito – quando ocorre bloqueio periódico de parte da luz de suas estrelas hospedeiras – fora do sistema solar.

    O satélite foi lançado em 18 de abril de 2018 em um foguete SpaceX Falcon 9, da empresa privada de exploração espacial chefia por Elon Musk. 

    Há ainda o satélite Cheops (Characterising Exoplanet Satellite), da Agência Espacial Europeia (ESA), que é a primeira missão dedicada ao estudo de estrelas brilhantes próximas da Terra e que já hospedam exoplanetas. Os europeus lançaram a sua sonda em 18 de dezembro de 2019.

    A América Latina também contribui no processo de descoberta de novos planetas. Está situado no Chile o supertelescópio do ESO (Observatório Europeu do Sul), que é gerido por uma organização astronômica intergovernamental por 17 países.

    Reprodução Nasa
    Ilustração do satélite TESS
    Foto: Reprodução Nasa

    Por fim, há o Consórcio Trappist, uma iniciativa colaborativa entre a Universidade de Liege (Bélgica) e o Observatório de Genebra (Suíça), que estuda o sistema Trappist-1.

    Esse sistema é formado por sete exoplanetas ao redor de uma estrela com potencial de serem considerados novas Terras, por causa dos indícios de água líquida em suas superfícies.  

    O que é um exoplaneta?

    Apesar do nome diferente, a definição de exoplaneta é simples, como explica o astrônomo Leandro Barbosa: “é um planeta que está fora do nosso sistema solar“.

    Os exoplanetas estão na órbita de outras estrelas. De acordo com um artigo do Núcleo de Astronomia da Universidade Federal de Minas Gerais, a melhor forma de detectar um exoplaneta é identificar de onde vem a luz que eles refletem, já que planetas não emitem luz. 

    Sendo assim, é possível que boa parte das novas Terras sejam exoplanetas, mas essa relação não é mandatória. “Nem todo planeta é habitável, na verdade é a minoria”, explica o professor Cássio. 

    Exoplanetas que podem ser a nova Terra

    Algumas descobertas de exoplanetas acumulam características de novas Terras. Confira alguns dos principais exoplanetas situados nas zonas habitáveis:

    Kepler-22b

    É o primeiro planeta descoberto dentro da zona habitável de uma estrela semelhante ao sol, uma região próxima da estrela em que pode existir água líquida.

    O 22-b foi o primeiro planeta que a missão Kepler confirmou estar posicionado em uma zona habitável. O exoplaneta tem 2,4 vezes o tamanho da Terra — o menor já encontrado em área que pode abrigar vida.

    Ilustração Kepler 22b
    Ilustração do exoplaneta Kepler 22b
    Foto: Reprodução Nasa
    TOI 700 d

    Este exoplaneta foi descoberto pelo satélite TESS. O TOI 700 d é o primeiro planeta do tamanho da Terra encontrado em uma zona habitável, onde as condições podem ser adequadas para permitir a presença de água líquida na superfície.

    Ilustração TOI 700d
    Ilustração do exoplaneta TOI 700d
    Foto: Reprodução Nasa
    Kepler-452b 

    O 452-b foi o menor exoplaneta descoberto orbitando na zona habitável de uma estrela semelhante ao sol onde a água líquida pode se acumular na superfície de um planeta em órbita.

    Ilustração Kepler 452b
    Ilustração de Kepler 452b em comparação com a Terra
    Foto: Reprodução Nasa
    Kepler-1649c
    Ilustração do Kepler-1649c
    Imagem artística mostra como é a superfície do exoplaneta Kepler-1649c
    Foto: Reprodução Nasa

    Este planeta rochoso tem aproximadamente o mesmo tamanho da Terra e orbita em uma zona habitável da sua estrela. O 1649c foi descoberto dois anos depois do fim das atividades do satélite Kepler, enquanto os pesquisadores analisavam os dados remanescentes da sonda.

    De todos os planetas encontrados pelo Keples, o 1649c é o mais semelhante à Terra em tamanho e temperatura estimada. O único problema que impede o aprofundamento das pesquisas relacionadas a este exoplaneta é a sua distância em relação à Terra, de aproximadamente 300 anos-luz.

    Gliese 832c
    Ilustração do Gisele 832 c
    Ilustração de Gliese 832 c
    Foto: Divulgação/PHL-UPR Arecibo

    Um dos exoplanetas mais próximos e semelhantes à Terra, o Gliese 832c está 16 anos-luz de distância. Ele apresenta condições de reprodução da vida em sua superfície, mas a sua atmosfera tão densa que pode dificultar a instalação seres vivos. 

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