Insegurança com preço do diesel desestimula empresários a importar o combustível, diz especialista à CNN
Ex-presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) atribuiu restrição na oferta do diesel a nova política de preços da Petrobras
O ex-presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Eberaldo Almeida, disse neste sábado (12) à CNN que a restrição na oferta do diesel no Brasil é atribuído à nova política de preços da Petrobras.
“Quando você tem a Petrobras seguindo o preço de mercado, eu sei que daqui a um mês e meio vai ser o preço de mercado. Como não tem mais, há um certo desestímulo ao empresário que importava combustível, ou até das próprias distribuidoras, a fazer essa importação. O risco se tornou muito grande.”
Como a Petrobras não usa mais a política de paridade de preços internacionais, as distribuidoras não conseguem prever se o valor do diesel estará abaixo da média do mercado. Por isso, os importadores não querem arriscar se deparar com uma diferença grande no preço.
Existem no mercado brasileiro quase 43 mil postos de gasolina e, mais da metade, são bandeira branca, ou seja, não se vinculam a nenhuma distribuidora específica. Além disso, há mais de 180 distribuidoras no Brasil, sendo que três grandes dominam uma parte significativa do mercado.
“As grandes conseguem correr o risco de importar um combustível mesmo havendo uma insegurança com relação ao preço que a Petrobras está praticando. Os pequenos não conseguem fazer frente a isso. Estamos falando de centenas e dezenas de milhões de reais em uma carga de importação, sendo que você fecha um mês e meio, dois meses antes. Então, o que vai ser daqui um mês e meio?”
A estatal abastece cerca de 70% da demanda de diesel no Brasil. Os outros 30% vem de importação, feitas pelas distribuidoras e importadoras que têm capacidade de estocagem.
Confira a entrevista completa no vídeo acima.
*Produzida por Duda Cambraia e Ana Beatriz Dias.