ONU diz estar chocada com ataque russo a hotel usado como base humanitária em Zaporizhzhia
Denise Brown, coordenadora humanitária das Nações Unidas para a Ucrânia, afirmou que local apoiava pessoas afetadas pela guerra; Ministério da Defesa ressaltou que prédio também servia como acampamento infantil
A coordenadora humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Ucrânia, Denise Brown, disse na quinta-feira (10) que estava em choque com o ataque da Rússia a um hotel em Zaporizhzhia que era usado como base principal para funcionários da ONU e membros de outras organizações humanitárias.
“Estou chocada com a notícia de que um hotel frequentemente usado por funcionários das Nações Unidas e nossos colegas de ONGs que apoiam pessoas afetadas pela guerra foi atingido por um ataque russo em Zaporizhzhia”, disse ela em comunicado, chamando-o de “totalmente inadmissível”.
Brown disse que ela e seus colegas ficaram no hotel durante suas visitas anteriores à região. O hotel serviu como base da ONU para a operação de evacuação de civis da fábrica de Azovstal em Mariupol no ano passado, acrescentou ela.
“O número de ataques indiscriminados atingindo a infraestrutura civil, matando e ferindo civis, atingiu níveis inimagináveis – esses ataques violam o direito humanitário internacional”, disse Brown.
Ela pediu à Rússia que cumpra suas obrigações sob o direito humanitário internacional e pare imediatamente os ataques indiscriminados à Ucrânia.
Acampamento infantil
O hotel atingido é o local de um acampamento infantil que encerrou suas operações diárias cerca de uma hora antes do ataque, disse o Ministério da Defesa da Ucrânia.
“Eles tinham como alvo crianças. O hotel Reikartz em Zaporizhzhia, que foi atingido por um ataque de mísseis por terroristas russos hoje [quinta-feira], é o local de um acampamento infantil para crianças de 6 a 13 anos”, twittou o ministério.
“O acampamento funciona até as 18h todos os dias. O ataque foi iniciado às 19h. Uma pessoa foi morta e 16 ficaram feridas. Apenas um milagre do tempo salvou as crianças dos assassinos russos hoje.”
