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    Banco Central está fazendo “pouso suave” no combate à inflação, diz Campos Neto no Senado

    Presidente da autarquia disse que processo de desinflação já está em curso, mas ainda requer cautela e política monetária contracionista

    Da CNN*

    O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (10), durante audiência no Senado, que a instituição tem conseguido realizar um “pouso suave” no combate à inflação e que o controle de preços tem sido obtido com “baixo custo” em termos de redução da atividade econômica, emprego e crédito.

    De acordo com Campos Neto, o processo de desinflação está em curso, mas ainda requer uma política monetária contracionista. Conforme o presidente do BC, a autarquia tem atuado de forma autônoma e técnica para cumprir suas missões.

    “Se comparar a queda da inflação no Brasil, proporcional ao que aconteceu no emprego e crescimento econômico, a gente tem dificuldade de encontrar outro país no mundo que tenha conseguido cair a inflação, nesta mesma proporção, quase sem alteração no crescimento e com geração de emprego no mesmo período.”

    Segundo Campos Neto, o BC do Brasil, comparado ao de outros países, trouxe a inflação para baixo com custo muito pequeno sobre o crescimento econômico e o emprego.

    “O BC tem também trabalhado para suavizar as flutuações de atividade econômica e fomentar o emprego, enquanto na maioria dos países, a queda da inflação foi acompanhada por queda no crescimento.”

    No Brasil, a inflação caiu 8,7 pontos percentuais e o PIB foi revisado para cima (0,3) entre 2022 e 2023. Na média do mundo emergente, a inflação caiu 1,9 e o PIB caiu 4,4 pontos percentuais. E a média no mundo avançado, a inflação caiu 4 e o PIB 2,4 pontos percentuais.

    “Então, o Brasil se destaca, claramente, numa relação entre queda de inflação e pouco dano ao PIB, e pouco dano ao emprego.”

    Audiência no Senado

    A reunião com Campos Neto ocorre para que sejam apresentados aos senadores os dados sobre o semestre passado.

    O encontro acontece uma semana após o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir cortar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, de 13,75% para 13,25%.

    Essa foi a primeira redução da taxa Selic em quase três anos.

    Na audiência, o presidente do BC também comentou sobre a meta de inflação do país e defendeu o quanto foi importante foi a decisão de mantê-la em 3%.

    “A gente viu uma queda nas expectativas de inflação para 2025 e 2026 depois da manutenção da meta. E quando a gente olha a parte implícita de mercado, a gente vê um efeito diferente: a inflação implícita de mercado começou a subir para 25 e 26.”

    Segundo Campos Neto, o BC acredita que isso tem correlação com a expectativa fiscal à medida que as propostas forem passando — principalmente quando as medidas de receita forem aprovadas. Para ele, após esse período, este cenário deve ter uma melhora.

    Veja também: Corte da Selic foi tardio, diz professor da Unicamp

    *Publicado por Diego Mendes, com informações de Reuters. 

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