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    Conheça as propostas econômicas dos principais candidatos à Presidência da Argentina

    País enfrenta grave crise inflacionária e cambial; primárias definirão quem disputará vaga de Alberto Fernández

    Emiliano Giménezda CNN

    As eleições primárias argentinas acontecem neste domingo (13), definindo quem disputará a vaga de Alberto Fernández, que não concorre à reeleição.

    Segundo a maioria das pesquisas, os candidatos com maiores chances de chegar à Casa Rosada são:

    Sergio Massa

    Ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa / 23/01/2023 REUTERS/Agustin Marcarian

    Muitos analistas afirmam que Massa está em desvantagem nesta campanha devido ao duplo papel de ministro e candidato à Presidência.

    Isso porque suas propostas econômicas para o futuro podem ser contrastadas com a pretensão de que sejam aplicadas durante sua atual gestão à frente do Palácio de Hacienda.

    Apesar disso, Massa encontra uma maneira de continuar o pleito, tendo argumentado em um de seus primeiros comerciais que “a maior solução que a Argentina tem é vender o que faz para o mundo e ganhar dólares para voltar ao Fundo (Monetário Internacional)”.

    A ideia de conseguir dólares, pagar o FMI e tirar a Argentina da crise é recorrente na campanha de Massa.

    E ele garante que as medidas econômicas que tomou até agora são “transitórias, mas que têm a ver com a realidade do momento”, o que sugere que as suas decisões no futuro podem ser diferentes.

    “Nosso lítio, nosso gás, nosso petróleo, o que o campo produz, o que as indústrias produzem está cada vez mais sendo vendido para o mundo porque isso nos dará dólares para sermos livres, para sermos soberanos”, acrescenta.

    Com relação ao mundo do trabalho, Massa prometeu um aumento salarial que combata a inflação e que tenha o Estado como estabilizador das relações sociais.

    Ao mesmo tempo, propôs a manutenção dos subsídios econômicos como forma de remuneração indireta, sem descuidar do equilíbrio das contas públicas.

    Além das medidas que tomou até agora para tentar conter a inflação (ajuste de gastos públicos, acordos de preços, negociação com empresários para acessar o dólar oficial em troca de permanência nos programas de preços etc.), o ministro não se pronunciou sobre um projeto específico para baixar a inflação durante o que seria seu futuro governo.

    Horácio Rodríguez Larreta

    O prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodriguez Larreta / Gustavo Garello/Getty Images

    Em seu site oficial, o prefeito de Buenos Aires colocou uma série de propostas referentes a diversas áreas, visando governar o país a partir de dezembro.

    Entre suas propostas econômicas, destaca-se a ideia de simplificação tributária para a criação de trabalho em pequenas e médias empresas e uma única taxa de câmbio livre durante o primeiro ano de governo.

    Também propõe eliminação parcial a caminho de um total de retenções agrícolas e a promessa de “viver sem inflação”, na qual os salários batem os preços crescentes a cada ano.

    Para isso, Larreta promete eliminar o déficit fiscal e um Banco Central independente e anti-inflacionário.

    Além disso, o candidato promove a abertura de novos mercados para exportar e recuperar o acesso ao crédito.

    Patrícia Bullrich

    Patricia Bullrich
    Patricia Bullrich / Gustavo Muñoz/Getty Images

    Com base no conceito de “ordem”, a candidata da coalizão Juntos pela Mudança promete eliminar no menor tempo possível a taxa de câmbio, que impede a livre compra e venda de dólares, e estabelecer uma taxa de câmbio única.

    Ela garante que a fórmula para conseguir isso consiste em obter “uma série de dólares internacionalmente”. Bullrich afirma que essa é a única forma de atrair investimentos para impulsionar a economia — na verdade, essa unificação cambial implicaria uma desvalorização significativa.

    Da mesma forma, a candidata promete eliminar as retenções nas exportações para aliviar a carga tributária do setor, que hoje representa uma parcela significativa da arrecadação do Estado.

    No que diz respeito à inflação, a ex-ministra da Segurança considera que é necessário “ajustar o Estado para desalinhar os cidadãos”, nas suas palavras. E aponta que é preciso explodir o regime econômico dos últimos 20 anos, recriar a solvência fiscal e recuperar a credibilidade.

    Javier Milei

    Javier Milei é alvo de acusações que podem derrubar sua pré-candidatura / Tomas Cuesta/Getty Images

    O deputado da Cidade de Buenos Aires baseou sua campanha quase inteiramente em definições econômicas em sua formação profissional nesse campo — algo que tem em comum com Rodríguez Larreta.

    Por meio de um plano de três etapas, o economista almeja mudar o país nos próximos 35 anos. Em primeiro lugar, propõe uma redução de impostos seguida de flexibilidade comercial, financeira e trabalhista.

    Depois, no quadro de um programa que, segundo ele, iria durar mais de três décadas, promete fechar o Banco Central e dolarizar a economia, no quadro de uma grande reforma que incluiria uma redução acentuada da despesa pública, a privatização de empresas públicas e eliminação de retenções e de qualquer tipo de tributo na importação de insumos.

    Independente de quem vença as eleições, os especialistas têm certeza de que o próximo presidente receberá um país com alta inflação, problemas de reservas, uma economia que deve cair após dois anos de crescimento e uma situação social delicada, com pobreza crescente.

    Veja também — Análise: A promessa de socorro de Lula para a crise da Argentina

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