Não vejo maldade em cotar preço, diz Bolsonaro sobre Rolex que Cid teria tentado vender
Mauro Cid é acusado de tentar vender objeto recebido em viagem oficial à Arábia Saudita
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse não ver maldade em cotar o preço de um relógio de luxo.
O comentário foi feito a respeito da acusação de que seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid teria tentado vender um relógio da marca Rolex recebido durante uma viagem oficial, pontuando que não vê maldade em cotar o preço do objeto.
“Essa resposta do Cid é dele e do advogado dele. Não vejo nenhuma maldade em cotar o preço de alguma coisa. É natural”, disse Bolsonaro após almoço com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, nesta segunda-feira (7).
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Entenda o caso
Documentos obtidos pela CPMI do 8 de janeiro mostram que Mauro Cid tentou vender um relógio de luxo recebido em viagem oficial à Arábia Saudita.
Em uma troca de e-mails, Maria Farani Rodrigues responde ao ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro agradecendo pelo interesse em vender o relógio, e questiona se a peça tem certificado de garantia original.
Ela explica, ainda, que o mercado para relógios da marca Rolex usados está em baixa, já que o valor de produção é muito elevado.
Cid responde que não possui certificado, já que o relógio foi recebido como presente em viagem oficial, mas garante que a peça nunca foi usada e estima seu valor em US$ 60 mil (quase R$ 300 mil pela cotação atual do dólar).
O relógio da marca Rolex é descrito como um modelo Oyster Perpetual Day Date em ouro branco, platina e diamantes, com pulseira modelo Presidente, caixa em madrepérola e diamantes.
De acordo com registros do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, também obtidos pela CPMI, o relógio foi oferecido pelo rei Salman Bin Abdulaziz al Saud, da Arábia Saudita, durante visita oficial em outubro de 2019.
Pelas mensagens, não fica claro se Maria Farani é quem seria responsável pelas negociações ou se ela estaria mediando o diálogo de Cid com outra pessoa.
A CNN não conseguiu contato com a defesa de Maria Farani Rodrigues.
*publicado por Tiago Tortella, da CNN