Presidente da CPI do MST ataca deputada do PSOL em bate-boca: “Quer um remédio ou um hambúrguer?”
Deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) fez fala machista e gordofóbica durante sessão que ouve depoimento de José Rainha
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), fez uma fala machista e gordofóbica durante um bate-boca na sessão desta quinta-feira (3).
Zucco afirmou que a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) deveria “ficar mais calma” e sugeriu à parlamentar: “A senhora pode também, daqui a pouco, tomar qualquer atitude, ficar mais calma. A senhora está nervosa, deputada? Quer um remédio ou quer um hambúrguer?“, disse.
Pouco antes, o relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP), havia questionado José Rainha – líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), que presta depoimento hoje -, a respeito de sua relação com parlamentares de esquerda e, especificamente, com Sâmia Bomfim.
Na ocasião, o líder sem-terra confirmou ao relator ter pedido votos para Sâmia Bomfim. Salles então pediu que fosse exibido um vídeo onde José Rainha aparece agradecendo os votos dados a políticos de esquerda após o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, entre eles a deputada.
A declaração de Zucco foi repudiada pela deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que chegou a ter sua fala interrompida pelo presidente da CPI. Zucco alegou que Melchionna não poderia solicitar questão de ordem, pois não era membro da comissão.
Em seguida, a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) também criticou a afirmação de Zucco: “O senhor não tem vergonha de envergonhar o Parlamento brasileiro e atacar mulheres eleitas?”, questionou Petrone.
Ricardo Salles disse então que Petrone estava se vitimizando. A deputada rebateu: “O senhor cale a sua boca, porque eu estou no meu tempo”.
O clima na sessão seguiu acalorado e, por fim, Zucco aceitou a sugestão de Petrone para que a fala machista e gordofóbica fosse retirada das notas taquigráficas.
A CNN busca contato com os deputados Tenente-Coronel Zucco e Sâmia Bomfim.