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    Licença maternidade de quatro meses é incoerente com período de amamentação, diz consultora

    À CNN Rádio, Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora internacional de lactação, falou sobre a importância da exclusividade do leite materno na alimentação dos bebês de até seis meses

    Ricardo Gouveiada CNN

    A campanha da Semana Mundial de Aleitamento Materno deste ano aponta para a necessidade de uma licença maternidade com um período adequado.  

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que os bebês devem se alimentar apenas de leite materno nos seis primeiros meses de vida. 

    “Como é que a gente pode falar em alimentação exclusiva até seis meses e a mulher volta ao trabalho com quatro meses? É incoerente”, afirmou Cinthia Calsinski, consultora internacional de lactação, em entrevista à CNN Rádio

    “E muitas mulheres estão no mercado de trabalho informal, nem licença maternidade elas têm. E se elas deixam de trabalhar, elas deixam de ganhar, não tem comida na mesa.” 

    A enfermeira obstetra lembra que um período de licença maternidade maior favoreceria o desenvolvimento das crianças no curto e no longo prazo, e diz que, além de ser uma questão de saúde pública, a amamentação inadequada traz prejuízos para as próprias empresas. 

    “A mulher que amamenta tem uma criança mais saudável, com uma imunidade maior. E essa mulher vai faltar menos no serviço por conta do filho doente, por exemplo. Muitos bebês vão para creche, onde a contaminação é grande na convivência outras crianças”, acrescenta. 

    Cinthia ressalta que, além de proporcionar mais saúde aos bebês, um período maior de amamentação também ajuda a evitar uma série de doenças nas mães, como câncer de mama e de ovário. 

    A consultora avalia que a conscientização sobre a amamentação cresceu no Brasil, mas ainda faltam muitas medidas efetivas, como uma ampliação das licenças maternidade e paternidade. 

    Veja mais — Joel Pinheiro: Licenças maternidade e paternidade cristalizam desigualdade

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