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    Apenas 4 dos 20 policiais envolvidos em mortes no litoral de SP relataram uso de câmeras

    Boletins de ocorrência de oito óbitos revela dinâmica dos casos que serão investigados pelo Ministério Público

    Leandro ResendeGuilherme Setteda CNN

    Apenas quatro dos pelo menos 20 policiais envolvidos em mortes ocorridas em Guarujá, no litoral de São Paulo, afirmaram que estavam com suas câmeras corporais.

    A informação está em um conjunto de boletins de ocorrência obtidos pela CNN com informações sobre oito mortes ocorridas na região entre a quinta-feira (27) e o domingo (30) –entre elas a do policial da Rota Patrick Bastos Reis.

    Mapa mostra a dinâmica das primeiras mortes durante a operação policial no litoral de SP
    Mapa mostra a dinâmica das primeiras mortes durante a operação policial no litoral de SP / Arte/CNN

    Entidades como a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), a Ouvidoria das Polícias e outras que acompanham o caso tem manifestado preocupação com a guarda das imagens das câmeras instaladas nas fardas dos policiais que têm participado das ações na Baixada Santista.

    Reis foi atingido por disparos às 22h30 de quinta-feira (27) e outras sete mortes ocorreram nas 57 horas seguintes, até a manhã de domingo. As ações foram concentradas em locais onde policiais encontraram pontos de vendas de drogas, de acordo com depoimentos prestados à Polícia Civil. Ao todo foram mais de 30 tiros disparados.

    Os quatro policiais que disseram estar com as câmeras nas fardas participaram de uma perseguição que terminou com a morte de um homem na manhã do último domingo.

    De acordo com o relato feito à Polícia Civil, o grupo estava patrulhando uma das principais avenidas da cidade quando foi avisado por moradores que suspeitos estavam numa região conhecida como Morro do Macaco. Ao seguirem pelo caminho, encontraram uma casa, com a porta entreaberta, onde um homem estaria à espera dos agentes com um revólver. Ele não teria obedecido a ordem para largar a arma e foi alvejado por um tiro de fuzil.

    A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou, em nota, que “as imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos em curso e estão disponíveis para consulta irrestrita pelo Ministério Público, Poder Judiciário e a Corregedoria da PM”.

    Em todos os relatos, os PMs afirmam que revidaram “injustas agressões”. Porém, dos sete episódios cujos detalhes foram obtidos pela CNN, em três há registros de disparos feitos contra os policiais. Nos outros casos, há menção a “volumes” nas cinturas dos indivíduos e de armas apontadas para as guarnições dos PMs.

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