Petrobras admite defasagem de 13% no preço da gasolina, dizem fontes
Ao colegiado, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates disse que a empresa não tem mais compromisso em seguir a política de paridade internacional desde a aprovação das novas diretrizes de preço, em maio
A diretoria da Petrobras admitiu internamente uma defasagem de 13% nos preços da gasolina em relação ao mercado internacional, dizem fontes.
O relato foi feito ao conselho de administração na última sexta-feira (29).
Os preços do gás de cozinha e do diesel, porém, estariam alinhados ao cenário global, afirmou a diretoria.
Ao colegiado, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates disse que a empresa não tem mais compromisso em seguir a política de paridade internacional desde a aprovação das novas diretrizes de preço, em maio.
O Prates também não explicou se e quando essa defasagem será corrigida.
Conforme apuração da CNN, a área técnica da estatal recebeu uma orientação informal para não subir os preços neste momento para evitar impactos na inflação.
A instrução teria partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Hoje pela manhã, Prates se reuniu com o presidente no Palácio do Planalto. Segundo informações, o encontro tratou das obras da Petrobras no novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e não compreendeu a distorção dos preços.
Os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) também estiveram presentes.
Em comunicado ao mercado na véspera, a Petrobras não admitiu a diferença de preços entre os mercados doméstico e internacional, que já é apontado pela imprensa e importadores de combustíveis.
A estatal disse que observa com atenção os desdobramentos do mercado internacional e que, “eventuais reajustes, quando necessários, serão feitos com base em análises técnicas e independentes”.
Segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem é muito mais alta.
Nesta manhã, a diferença no preço da gasolina era de 24%, enquanto a defasagem do diesel estava em 21%.
Estas diferenças já duram 77 dias, e, conforme a entidade, inviabiliza as importações, que estão sendo supridas pela Petrobras.
Na prática, a empresa registra prejuízo por comprar mais caro no mercado global e vender pelo preço praticado no Brasil.
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*Publicado por Gabriel Bosa