Chefe do Grupo Wagner é visto na Rússia pela primeira vez desde a rebelião
Yevgeny Prigozhin havia sido visto em público pela última vez em 19 de julho em Belarus
Yevgeny Prigozhin, fundador do Grupo Wagner, foi flagrado no território russo na quinta-feira (27) pela primeira vez desde que liderou uma rebelião armada contra os militares do país no mês passado.
Prigozhin foi visto em São Petersburgo em um encontro à margem da cúpula Rússia-África, de acordo com relatos associados ao grupo mercenário.
O homem que está com o líder mercenário integra a delegação da República Centro-Africana, onde o Grupo Wagner atua há vários anos, conforme relatado anteriormente pela CNN.
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A CNN conseguiu localizar geograficamente a fotografia de Prigozhin e do dignitário no Trezzini Palace Hotel em São Petersburgo, onde, segundo a mídia russa, o fundador de Wagner mantinha um escritório.
O hotel foi um dos locais revistados pelas autoridades russas em 6 de julho, após a rebelião.
Desde então, Prigozhin só foi visto em público em 19 de julho, quando aparentemente apareceu em um vídeo em Belarus, aparentemente cumprimentando os combatentes de Wagner em uma base em Asipovichy.
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, – um aliado de longa data do líder russo, Vladimir Putin – afirmou que o convenceu a não “destruir” o Grupo Wagner e seu líder durante a rebelião.
Prigozhin fundou a organização como um grupo mercenário obscuro que lutou tanto na Ucrânia quanto, cada vez mais, por causas apoiadas pela Rússia em todo o mundo.
A CNN rastreou mercenários do Grupo Wagner na República Centro-Africana, Sudão, Líbia, Moçambique, Ucrânia e Síria. Ao longo dos anos, eles desenvolveram uma reputação horrível sendo associados a vários abusos de direitos humanos.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, as forças mercenárias estiveram fortemente envolvidas na tomada das cidades ucranianas de Soledar e Bakhmut.
Às vezes, as forças de Wagner pareciam ser as únicas do lado russo vencendo batalhas com os ucranianos.
Mas Prigozhin costumava criticar a liderança militar russa e o apoio que ela dava às suas tropas.
Em um vídeo divulgado no início de maio, Prigozhin ficou ao lado de combatentes mortos e mirou especificamente no ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e no chefe das Forças Armadas Russas, o general Valery Gerasimov.
“O sangue ainda está fresco”, diz ele, apontando para os corpos que estavam atrás. “Eles vieram aqui como voluntários e estão morrendo para que vocês possam se sentar como gatos gordos em seus escritórios de luxo.”