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    Não há razões para duvidar das alegações de armas nucleares de Putin, dizem altos funcionários dos EUA

    Putin disse no mês passado que “as primeiras ogivas nucleares (russas) foram entregues no território de Belarus”, acrescentando que foram colocadas lá para “dissuasão”

    Natasha Bertrandda CNN

    Autoridades de inteligência dos EUA não têm motivos para duvidar da alegação do presidente russo, Vladimir Putin, de que ele transferiu um lote de armas nucleares táticas para Belarus, disseram autoridades de uma divisão do Departamento de Defesa dos EUA nesta sexta-feira (21).

    Putin disse no mês passado no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo que “as primeiras ogivas nucleares (russas) foram entregues no território de Belarus”, acrescentando que foram colocadas lá para “dissuasão”.

    A Rússia tem cerca de 4.477 ogivas nucleares implantadas e de reserva, incluindo cerca de 1.900 armas nucleares táticas, de acordo com a Federação de Cientistas Americanos.

    Não está claro quanto desse arsenal Putin pretende mover, e as autoridades ocidentais nunca confirmaram publicamente que quaisquer armas tenham sido transferidas para Belarus.

    Mas altos funcionários da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA disseram a um pequeno grupo de repórteres nesta sexta-feira que os analistas “não têm motivos para duvidar” das afirmações de Putin sobre a transferência.

    Os funcionários não revelaram por que acreditam nisso. Eles reconheceram que as armas são difíceis de rastrear pela comunidade de inteligência dos EUA, mesmo por meio de imagens de satélite.

    Autoridades americanas e ocidentais disseram à CNN no início deste mês que não parecia que Belarus havia terminado de atualizar as instalações de armazenamento necessárias para abrigar armas nucleares táticas e que as imagens de satélite disponíveis não mostraram nenhum sinal do tipo de preparativos e segurança que seriam padrão em uma instalação nuclear russa.

    Outras fontes disseram à CNN, no entanto, que existem várias instalações em Belarus que datam da era soviética e poderiam abrigar algumas das armas.

    Questionado na semana passada se ele havia visto sinais de que a Rússia havia movido as armas, o secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, disse à CNN que o Reino Unido “viu sinais de progresso” e observou que Putin “nem sempre mente”. Quando pressionado, no entanto, Wallace também se recusou a elaborar os sinais que havia visto.

    O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, também se recusou a responder a perguntas no início deste mês sobre onde as armas realmente estão localizadas.

    O presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, disse no mês passado que, diante de uma agressão, não hesitaria em usar as armas nucleares táticas russas estacionadas no solo de seu país.

    Mas altos funcionários dos EUA disseram que não acreditam que Lukashenko tenha qualquer controle sobre o arsenal. Provavelmente seria totalmente controlado pela Rússia, disse o funcionário.

    Eles também disseram não acreditar que o movimento das armas para Belarus alteraria o cenário nuclear global ou aumentaria o risco de um incidente nuclear, porque elas estariam armazenadas em vez de serem implantadas, e porque seriam controladas pelas forças russas.

    Miller disse que os EUA “não veem nenhuma razão para ajustar nossa própria postura nuclear, nem qualquer indicação de que a Rússia esteja se preparando para usar uma arma nuclear”.

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